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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: AMARO FELIX PEREIRA
 
AMARO FELIX PEREIRA

Nome: AMARO FELIX PEREIRA

Pai: Félix Pereira da Silva

Mãe: Caetana Maria da Conceição

Idade quando desaparecido:

Dôssie
...
Procedimento administrativo CEMDP
105/03
Nome
AMARO FELIX PEREIRA
Data de Nascimento
10/05/1929
Municipio de Nascimento
Rio Formoso (PE)
Biografia

 

Os filhos de Amaro Félix Pereira possibilitaram que a CEMDP resgatasse a história de um líder dos trabalhadores rurais de Pernambuco que nunca constou das listas de mortos e desaparecidos políticos: Amaro Félix Pereira, pernambucano de Rio Formoso. Conhecido como Procópio em sua militância no Partido Comunista Revolucionário (PCR), foi preso em 1964, 1966 e 1969. Casou-se com Maria Júlia Pereira em 1951, em sua terra natal. Tiveram 10 filhos e nove deles apresentaram o requerimento à CEMDP. O mais novo nasceu em abril de 1972.

 

Em 20/1/1970, Amaro Félix foi recolhido à Casa de Detenção de Recife, para cumprir condenação de um ano de prisão. Uma certidão da ABIN, datada de 11/3/2005, informa que foi libertado em 24/11/1970. Não há registro de outra prisão, tendo sido seqüestrado e desaparecido no segundo semestre de 1971 ou em 1972.

 

Em 1963, Amaro já era filiado ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barreiros, o primeiro sindicato organizado na região a ser reconhecido pelo Ministério do Trabalho. Era presidente do sindicato o legendário líder camponês Júlio Santana. Amaro atuava entre os trabalhadores rurais do canavial e da Usina Central da cidade de Barreiros, onde era funcionário. Ali exerceu as funções de apontador e ferreiro do Suprimento Agrícola. Trabalhou também no Engenho Soledade e Engenho Tibiri, ambos em Barreiros.

 

Na documentação que foi possível reunir a respeito de Amaro Félix, seu último depoimento foi prestado em 07/07/1970, ainda preso na Casa de Detenção, e é com base em suas declarações que se compõe esta rápida biografia.

 

Em 1966 tentou candidatar-se a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barreiros, mas a candidatura não teria sido aceita por estar fora do prazo legal, concorrendo apenas seu opositor. Em sinal de protesto, não votou, mas acompanhou o pleito. Ao término, foi preso, acusado de ‘agitar’ as eleições, que não alcançaram o quorum necessário. Ficou recolhido por três dias e, ao retornar à Usina onde trabalhava quase desde criança, foi demitido. Passou a viver de miudezas e da horta que plantava no quintal de casa.

 

No ano seguinte, foi candidato a vereador pelo MDB, a convite do ex-deputado Miguel Mendonça, que se candidatava a prefeito, mas nenhum dos dois se elegeu. Em 1969, trabalhava no sítio de propriedade de Amaro Luís de Carvalho, no engenho Constituinte. Amaro Luís, conhecido como Capivara, era dirigente do PCR e foi morto na Casa de Detenção de Recife em agosto de 1971.

 

Pedro Bezerra da Silva, trabalhador rural e companheiro em uma das prisões, declarou que Amaro Félix foi visto certo dia, de madrugada, depois que fora solto pela última vez e desaparecera. Estava dentro de um jipe de placa branca, que estacionou em uma oficina de carros para conserto. Amaro Félix estava deitado debaixo do banco, amarrado por correntes, sendo escoltado por policiais, quando visto pelo motorista e por funcionários da oficina.

 

Outros depoimentos confirmam as perseguições e as ameaças de morte que sofria Amaro Félix. Elias, o filho mais velho, declara que também foi preso e espancado pela polícia e por capangas da Usina Central Barreiros. Afirma que do pai a família somente ouviu rumores de que seu corpo teria sido jogado dentro da caldeira da Usina ou no Rio Una.

 

A CEMDP acolheu por unanimidade o voto da relatora propondo deferimento do pedido.

Local de morte/desaparecimento
Recife (PE)
Organização política ou atividade
PCR
Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Notação Arquivo Nacional
...
Resultado do julgamento
Deferido
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