Nome: ABÍLIO CLEMENTE FILHO
Pai: Abílio Clemente
Mãe: Maria Helena Correa
Idade quando desaparecido: 22 anos
Abílio Clemente Filho, aluno do 4º ano de Ciências Sociais em Rio Claro, interior de São Paulo, unidade que em 1976 passaria a integrar a Universidade Estadual Paulista (Unesp), era ativista do Movimento Estudantil, desapareceu no dia 10/04/1971, quando caminhava com um amigo na praia de José Menino, em Santos (SP).
No procedimento analisado pela CEMDP está anexado um relato de Maria Amélia de Almeida Teles, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos de São Paulo, informando ter encontrado no Arquivo Público do Estado de São Paulo, na parte referente aos documentos secretos do extinto DOPS/SP, uma ficha escolar de Abílio Clemente Filho, da época em que cursava o colegial, na Escola Estadual Fernão Dias Paes, no bairro Pinheiros, em São Paulo, SP.
De acordo com os registros policiais, essa ficha teria sido encontrada na residência de Ishiro Nagami, militante morto juntamente com Sérgio Correa, em 4 de setembro de 1969, quando o carro em que ambos trafegavam explodiu na rua da Consolação, em São Paulo, possivelmente em conseqüência da detonação de explosivos que estariam transportando.
Joana D’Arc Gontijo, presa no DOI-CODI/SP na época, chegou a denunciar ter ouvido gritos de um homem jovem durante toda a noite, na mesma data da prisão de Abílio. Ela acredita que o jovem parou de gritar porque tinha morrido. Joana tentou descobrir quem era a vítima torturada até morrer, mas nunca conseguiu identificá-la.
O caso de Abílio foi também examinado pela Comissão de Indenização dos Presos Políticos do Estado de São Paulo, sendo deferido. Considerou aquela comissão que “do conjunto dos indícios apresentados e do conhecimento dos procedimentos dos órgãos de repressão, era possível concluir pelo desaparecimento por razões políticas de Abílio Clemente Filho”.
Ao elaborar seu voto, o relator da CEMDP se baseou nas declarações do deputado estadual paulista Antônio Mentor, que foi seu companheiro de república estudantil em Rio Claro e afirmou: “Abílio Clemente desapareceu quando em viagem a Santos, no dia 10/04/1971. Estava envolvido no Movimento Estudantil e chegou a participar de organização clandestina de combate à ditadura”; e de Maria Amélia de Almeida Teles, que afirma “ter sido procurada pela interessada irmã de Abílio, em meados de 1990, quando não se cogitava de qualquer indenização por tortura, morte ou desaparecimento político”1.
Santos, São Paulo.
Desapareceu no dia 10/04/1971, quando caminhava com um amigo na praia de José Menino, em Santos (SP).
1 Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à verdade e à memória: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos. 1ª Edição. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p. 156.
Procedimento contendo 2 volumes. Total de 245 páginas.
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortaisProcesso: 00005.201622/2016-89
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
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