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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: ANTÔNIO HENRIQUE PEREIRA NETO
 
ANTÔNIO HENRIQUE PEREIRA NETO

Nome: ANTÔNIO HENRIQUE PEREIRA NETO

Pai: José Henrique Pereira da Silva Neto

Mãe: Isaíras Pereira da Silva

Idade quando desaparecido:

Dôssie
...
Procedimento administrativo CEMDP
063/96
Nome
ANTÔNIO HENRIQUE PEREIRA NETO
Data de Nascimento
28/10/1940
Municipio de Nascimento
Recife (PE)
Status
Morto
Biografia

 

Assassinado em Recife, em maio de 1969, padre Henrique era coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Olinda e Recife, professor e especialista em problemas da juventude. Auxiliar direto do arcebispo Dom Hélder Câmara, foram ambos autores de reiteradas e contundentes denúncias sobre os métodos de repressão utilizados pelo governo militar. Em 1968, tinha celebrado missa em memória do estudante Edson Luiz Lima Souto. Recebia constantes ameaças de morte por parte do chamado Comando de Caça aos Comunistas – CCC.

 

Foi seqüestrado em 26/05/1969, sendo seu corpo encontrado no dia seguinte, em um matagal da Cidade Universitária de Recife, pendurado de cabeça para baixo numa árvore, com marcas evidentes de tortura: hematomas, queimaduras de cigarro, cortes profundos por todo o corpo, castração e dois ferimentos produzidos por arma de fogo.

 

No inquérito aberto no Tribunal de Justiça de Pernambuco para apurar as circunstâncias da morte, foram acusados como responsáveis pelo seqüestro, tortura e morte de Henrique Rogério Matos do Nascimento, o delegado Bartolomeu Gibson, o investigador de polícia Cícero Albuquerque, o tenente José Ferreira dos Anjos, da PM, Pedro Jorge Bezerra Leite, José Caldas Tavares e Michel Maurice Och. Segundo o desembargador Agamenon Duarte de Lima, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, "há provas da participação do CCC no assassinato do Padre Henrique, mas é possível que também esteja implicado no episódio o Serviço Secreto dos Estados Unidos, a CIA”. Mesmo assim, o inquérito foi arquivado e nenhum dos acusados foi condenado, apesar dos testemunhos e das provas irrefutáveis.

 

Conforme o voto aprovado por unanimidade na CEMDP, “mesmo sem ter ocorrido em dependência policial, dúvida não há de que sua morte ocorreu sob custódia de agentes do Estado”. “A morte não-natural, com sinais de crueldade, ficou evidenciada pelo atestado de óbito firmado pelo legista Salgado Calheiro, que considerou como causa os "ferimentos penetrantes e transfixantes do crânio e hemorragia cerebral".

Local de morte/desaparecimento
Recife (PE)
Organização política ou atividade
Sacerdote católico
Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Notação Arquivo Nacional
NVC-007
Data do julgamento
08/02/1996
Resultado do julgamento
Deferido
Data da publicação no DOU
12/02/1996
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