Nome: TOBIAS PEREIRA BARROSO JUNIOR
Pai: Tobias Pereira
Mãe: Emília Barreto Pereira
Idade quando desaparecido: 24 anos
Existem poucas informações sobre esse militante e as existentes merecem tratamento cauteloso. Em 1971, já militando no PCdoB, quando estava no 3º ano da Faculdade de Medicina, no Rio de Janeiro, deixou o curso e transferiu-se para a região do Araguaia, onde se integrou ao destacamento C.
Sobre ele, consta no Relatório do Ministério da Marinha, de 1993, “Morto em 15 Fev. 74”. No Relatório Arroyo, está registrado: “logo de início, alguns elementos mostraram vacilação: Miguel (?) e Josias (Tobias Pereira Júnior). (...) Entre 17 e 18 de dezembro, Josias fugiu perto de uma base do inimigo”. No relatório dos quatro procuradores do Ministério Público Federal, está anotado: “Josias: Tobias Pereira Junior, foi visto na base de Xambioá”.
O nome de Tobias aparece como fonte de informações em oito fichas entregues ao jornal O Globo em 1996, citadas em matéria publicada em 28/04/96. A observação “está na área” é atribuída a ele nas fichas referentes a vários outros guerrilheiros: Elmo Corrêa, morto em maio de 1974, Guilherme Gomes Lund, morto em 25/12/1973, Telma Regina Cordeiro Corrêa, morta em janeiro de 1974, e João Carlos Wisnesky, o Paulo Paquetá, que abandonou a guerrilha e vive atualmente no Rio de Janeiro.
Segundo o jornal O Globo, foi encontrada nas fichas a seguinte anotação sobre Tobias: “foi preso em 18 Dez 72 na região do Rio Gameleira na casa do Zezão” (ficha número 82). No relatório escrito por Ângelo Arroyo, Tobias teria desertado somente um ano depois, quando “fugiu perto de uma base do inimigo”.
O livro Operação Araguaia, de Taís Morais e Eumano Silva, resume sobre ele: “Tinha menos de três meses na mata quando os militares ataca-ram. Abandonou o terceiro ano de Medicina para viver no anterior. Duvidou desde o início das chances de êxito da guerrilha, mas resistiu por mais de um ano e meio sem cair nas mãos dos inimigos. Desertou no final de 1973. Em depoimento ao Ministério Público, o ex-guia Sinésio Martins Ribeiro afirmou que Josias entregou-se ao Exército e para isso teve de fingir uma dor de barriga para se afastar dos companheiros, que já o vigiavam, e fugir. Depois, levou os militares até um ponto de encontro dos guerrilheiros. Apesar da colaboração com a repressão, morreu no dia 15 de fevereiro de 1974, segundo a Marinha”1.
Estudante de Medicina da Universidade Federal Fluminense. Foi dos últimos a chegar na região, pertencia ao Destacamento C da Guerrilha.
Biografia
1 BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p.
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