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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: ABELARDO RAUSCH DE ALCÂNTARA
 
ABELARDO RAUSCH DE ALCÂNTARA

Nome: ABELARDO RAUSCH DE ALCÂNTARA

Pai: Nabor Rausch de Alcântara

Mãe: Carmen Oliveira de Alcântara

Idade quando desaparecido:

Dôssie
...
Procedimento administrativo CEMDP
166/96
Nome
ABELARDO RAUSCH DE ALCÂNTARA
Data de Nascimento
05/08/1927
Municipio de Nascimento
Teófilo Otoni - Minas Gerais
Status
Morto
Biografia

 

Mineiro de Teófilo Otoni (MG), funcionário da Caixa Econômica Federal no Distrito Federal, Abelardo morreu em circunstâncias bastante misteriosas após ser preso em 13 de fevereiro 1970 e transferido ao PIC - Pelotão de Investigações Criminais, do Exército, unidade que funcionou como principal centro de torturas em Brasília, durante o regime militar.

 

Antes de trabalhar na Caixa, Abelardo esteve empregado na Sociedade de Abastecimento de Brasília, onde atuou como militante da Associação de Funcionários e foi advertido de que o SNI estava acompanhando suas atividades. O nome do ex-bancário consta do Dossiê dos Mortos e Desaparecidos, a partir de denúncia divulgada pela Anistia Internacional, que por sua vez se baseou em uma publicação de orientação trotskista, em francês. Ele saiu de manhã para trabalhar e, à noite, voltou com agentes da polícia, que o levaram novamente para prestar declarações no 3º D.P., de onde foi enviado ao PIC. No dia seguinte, a esposa Elza soube que Abelardo estava morto. Desconfiada, durante o velório, abriu o terno do marido e percebeu hematomas, marcas de queimaduras com cigarro, unhas roxas e o braço esquerdo quebrado.

 

Conforme versão oficial, Abelardo foi levado para prestar esclarecimentos sobre um roubo ocorrido na agência da Caixa Econômica Federal de Taguatinga, onde trabalhava. Durante o interrogatório, teria se apossado de um copo de vidro e cortado os pulsos com os cacos, sendo imediatamente socorrido pelo serviço médico do Batalhão de Polícia do Exército, e transportado em ambulância. Ainda segundo a versão, a ambulância chocou-se violentamente com uma Kombi da Secretaria de Governo do DF, resultando ferimentos graves em um sargento e em Abelardo, que não resistiu e faleceu.

 

No primeiro relatório apresentado na CEMDP, o voto do relator foi pelo indeferimento, por não haver comprovação do envolvimento político de Abelardo, tendo havido pedido de vistas ao processo. A CEMDP localizou, então, o motorista da Kombi envolvido no acidente, Jatir Rodrigues Souza. Ele afirmou que a Kombi foi abalroada por trás pela ambulância Rural-Willis do Exército; que a ambulância só amassou na frente; que não tinha dúvidas de que Abelardo já estava morto quando o acidente ocorreu e que o acidente fora intencional, provocado; que foi absolvido da acusação de crime culposo e que, na sentença do juiz, declarou-se que o réu fora acusado pela morte de um defunto.

 

O requerimento foi, então, aprovado por unanimidade (seis votos) numa reunião da CEMDP em que estava ausente o relator, proponente do indeferimento1.

 

Local de morte/desaparecimento

 

Brasília, Distrito Federal.

Organização política ou atividade
...
Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Referências

 

1 Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à verdade e à memória: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos. 1ª Edição. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p. 115.

 

Data da autuação
06/03/1996
Descrição (resumo do procedimento administrativo)
Procedimento contendo 1 volume e 80 páginas. 
Data do julgamento
15/05/1997
Resultado do julgamento
Deferido.
Data da publicação no DOU
20/05/1997
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