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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: ROSALINDO DE SOUSA
 
ROSALINDO DE SOUSA

Nome: ROSALINDO DE SOUSA

Pai: Rosalvo Cypriano de Sousa

Mãe: Lindaura Correia Silva

Idade quando desaparecido: 33 anos

Dôssie
125/96
Procedimento administrativo CEMDP
00005.201475/2016-47
Nome
ROSALINDO DE SOUSA
Data de Nascimento
02/01/1940
Municipio de Nascimento
Itaguassú (BA)
Codinome(s)
Mundico
Status
Desaparecido
Biografia

 

Baiano de Caldeirão Grande mudou-se para a cidade de Itapetinga, em 1945, com a família, onde concluiu o curso ginasial no Centro Edu-cacional Alfredo Dutra. Em 1957, já em Salvador, interrompeu os estudos, no terceiro ano, para ingressar no serviço militar. No Exército, fez os cursos de cabo e sargento, dando baixa em 1960.

Em 1961, trabalhou como diretor da secretaria da Câmara Municipal de Itapetinga. Em 1963, iniciou o curso de Direito na Universidade Federal da Bahia, sendo nomeado na mesma época escriturário do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários. Cinco anos depois, já militante do PCdoB, foi eleito presidente do Diretório Acadêmico Rui Barbosa da Faculdade de Direito da UFBA, quanto teve início a sua perseguição política. Tornou-se dirigente estadual do PCdoB na Bahia.

Após o AI-5, foi impedido de se matricular em sua faculdade e mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1969, onde residiu por algum tempo com o casal Dinalva e Antonio Carlos, seus amigos da Bahia, também combatentes e mortos no Araguaia. Rosalindo terminou o curso de Direito na Faculdade Cândido Mendes e se inscreveu na OAB em 31/03/1970. Voltou a Itapetinga e montou um escritório de advocacia. No ano seguinte, foi denunciado perante a Justiça Militar e julgado à revelia no dia 13/05/1971, sendo condenado a dois anos e dois meses de reclusão. Dias antes do julgamento, em 22/04/1971, viajou para o Araguaia, região de Caianos, integrou-se ao Destacamento C e ficou conhecido como Mundico. Lá, desenvolveu o hábito de fazer cordéis, sendo de sua autoria um que aborda os 27 pontos da União de Luta pelos Direitos do Povo – ULDP. Esse cordel chegou a ser recitado por moradores da região.

Quanto à data de sua morte, existe uma referência ao dia 16 de agosto, mas também existe o registro do mês setembro. Ângelo Arroyo comenta em seu relatório: “...acontecimentos negativos ocorreram também em setembro: a morte de Mundico, do C, por acidente com a arma que portava..”.. No entanto, segundo o Relatório do Ministério do Exército, entregue em 1993 ao ministro da Justiça Maurício Corrêa,  arma que portava..”.. No entanto, segundo o Relatório do Ministério do Exército, entregue em 1993 ao ministro da Justiça Maurício Corrêa,  arma que portava..” Rosalindo “teria sido morto no dia 6 Ago 73, em combate com as forças de segurança”. Já o relatório da Marinha, do mesmo ano, também marca setembro: “relacionado entre os que estiveram ligados à tentativa de implantação de guerrilha rural, levada a efeito pelo comitê cen-tral do PCdoB, em Xambioá. Morto em SET 73”.

Em declaração prestada ao Ministério Público, em São Geraldo do Araguaia, em 19/07/01, Sinésio Martins Ribeiro, ex-colaborador do Exér-cito na região, conta que quando ainda estava preso no curral da base de Xambioá, viu a cabeça do Mundico. Isto se deu entre agosto e setembro, “porque as roças ainda não tinham sido queimadas e quem descobriu a sepultura foi o João do Buraco, proprietário do local onde estava enterrado o Mundico. As terras do João do Buraco eram freqüentadas pelos guerrilheiros e João do Buraco, ao ser preso pelo Exército, mostrou a sepultura. O Exército não havia travado combates neste local e por isso disse que foram os guerrilheiros que mataram o Mundico. O Exército chegou lá por volta de 4 ou 5 dias após, cavou a sepultura, cortou a cabeça e enterrou novamente o corpo. A cabeça foi levada para a base e mostrada aos presos para reconhecimento. Ela estava meio destruída, o cabelo solto e João do Buraco reconheceu o Mundico. Os documentos estavam com o morto e a cabeça do Mundico ficou exposta uns dois dias perto do barracão do Exército e foi enterrada perto de um pé de jatobá que ficava perto da base”.  de um pé de jatobá que ficava perto da base”.  de um pé de jatobá que ficava perto da base”

Importa registrar, aqui, que nos dois livros mais recentes sobre o episódio histórico do Araguaia, os autores dão guarida a uma versão que militares participantes da repressão à guerrilha sustentam, taxativamente, de que Mundico teria sido “justiçado” pelos próprios guerrilhei-ros. Vale registrar que tal informação também pode representar mais uma tentativa de desmoralizar os militantes mortos, como era prática rotineira dos órgãos de segurança do regime militar, conforme já relatado em inúmeros casos deste livro-relatório1.

 

Em 1957, iniciou o curso científico no Colégio Antônio Vieira, em Salvador, interrompendo-o para o serviço ao Exército, em 1959. Em 1961, volta a residir em Itapetinga, assumindo as funções de Diretor da Secretaria da Câmara Municipal. Retorna mais tarde a Salvador onde conclui o Curso de Contabilidade no Instituto Valença e ingressa na Escola de Direito do UFBA. Militante ativo do movimento estudantil, em 1968 foi eleito presidente do Diretório Acadêmico de sua escola e em função disto, em 1969 é impedido arbitrariamente de se matricular no 4º ano da Faculdade. Transfere-se para o Rio de Janeiro e termina o curso na Faculdade Cândido Mendes. Retornando a Bahia, onde passa a advogar. Nessa mesma época é denunciado pela Auditoria Militar e condenado à revelia a 2 anos e 2 meses de reclusão. Passa a viver na clandestinidade, indo para a região de Caianos no Araguaia. Gostava de fazer cordéis, sendo de sua autoria um que fala dos 27 pontos defendidos pelos guerrilheiros e que ainda é lembrado pelos camponeses.Pertencia ao Destacamento C da guerrilha2.

 

Local de morte/desaparecimento

 NC

Organização política ou atividade
PCdoB
Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Notação Arquivo Nacional
ACE 4618/82
Referências

 

Biografia
1 BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p.

Descrição (resumo do procedimento administrativo)
 

Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais


Processo: 00005.201475/2016-47
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.


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