Nome: JOSÉ IDÉSIO BRIANEZI
Pai: José Paulino Brianezi
Mãe: América Tomioto Brianezi
Idade quando desaparecido: 24 anos
Nascido em Londrina, participou de atividades estudantis em Jandaia do Sul e Apucarana, tendo participado do 19º Congresso Paranaense de Estudantes Secundaristas, em Cornélio Procópio, em 1968. Trabalhou na secretaria do Colégio 7 de Setembro, em Apucarana. Em 1969, integrou-se à ALN de São Paulo, juntamente com Antônio dos Três Reis de Oliveira, que seria morto no mês seguinte. Documentos dos órgãos de segurança registram que ele seria um dos subcomandantes do Grupo Tático Armado da ALN, em São Paulo, no início de 1970. A certidão de óbito traz a versão de que faleceu em 13/04/1970, na pensão onde morava, à rua Itatins, nº 88, no Campo Belo, capital paulista. Os legistas do IML Cypriano Oswaldo Mônaco e Paulo Queiroz Rocha determinaram como causa da morte hemorragia interna traumática. A versão oficial é de que ele morreu em tiroteio com agentes da OBAN (DOI-CODI/SP). Foi encontrada somente uma parte da documentação do IML relativa a essa morte, nos arquivos do DOPS/SP, não havendo informações de horário de entrada do corpo.
A prova decisiva examinada pela CEMDP foi a foto de seu corpo, encontrada no arquivo do DOPS, onde aparece o dorso nu, com a barba por fazer há dias, hábito que não era seu e que contrariava as regras de segurança dos militantes, de acordo com depoimento anexado aos autos. Além disso, a foto contradizia informações da única folha do laudo que foi localizada, onde consta que Brianezi dera entrada no IML vestindo “camisa de seda fantasia, calça de brim zuarte, calção”. O relator solicitou exame do perito Celso Nenevê, que analisou os documentos, mas não conseguiu reconstituir os fatos em decorrência de imprecisões do laudo, da falta de fotografia da necropsia e de perícia de local, apesar da referência documental de que dois agentes de segurança haviam sido feridos. Nenevê concluiu que o laudo não permite caracterizar a distância dos disparos, mas sustentou que pelo menos dois tiros – o primeiro, que provocou lesão de entrada na região carotidiana esquerda e de saída na região occipital, e o segundo, que penetrou na linha axilar esquerda e se alojou nos músculos dorsais – apresentaram trajetórias de frente para trás, e não de trás para frente como descrito no laudo.
O relator descartou a exumação dos restos mortais para exame porque os pais, que retiraram o corpo do Cemitério de Vila Formosa, onde fora enterrado como indigente, levantaram dúvidas se o corpo entregue pertencia realmente ao filho. Concluiu, em seu voto, que o fato de Brianezi medir 1m84, conforme descrito no laudo de necropsia, era um forte indício de execução sumária, pois ele levou três tiros de frente para trás com evidente diferença de nível entre o corpo e os autores dos disparos.
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