Nome: ANTONIO FERREIRA PINTO
Pai: Manoel Ferreira Pinto
Mãe: Leopoldina Maria de Jesus
Idade quando desaparecido: 42 anos
Conhecido no Araguaia como Antônio Alfaiate, era pernambucano de Lagoa dos Gatos. Viveu na Baixada Fluminense, onde trabalhava como alfaiate, tornando-se dirigente do Sindicato dos Alfaiates do Estado da Guanabara. Participou dos movimentos populares pré-1964 em Duque de Caxias (RJ), contra a sonegação especulativa de gêneros alimentícios, incluindo ocupação de supermercados e açougues onde os produtos estavam sendo escondidos para alcançar maiores preços.
Militante do PCdoB, foi viver na localidade de Metade, no Araguaia, em 1970. Era franzino, de gênio alegre e gostava de cantar e dançar músicas nordestinas. Pertencia ao Destacamento A. Seu nome não consta do Anexo da Lei nº 9.140/95 porque só era conhecido pelo apelido ”Antônio Alfaiate”. O requerimento de seus familiares foi aprovado na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos em agosto de 1996, primeiro ano de funcionamento desse colegiado.
Antônio Felix da Silva, o mesmo morador que prestou depoimento aos procuradores do Ministério Público Federal, deu informações como Alfaiate foi preso: “em abril de 1974, poucos militares ainda andavam na mata; que os militares achavam que apenas três ou quatro guerrilheiros ainda estavam vivos; que os militares pousaram em uma clareira perto de sua casa e foram a pé até a casa de Manezinho das Duas e se esconderam em um bananal próximo da casa; que no dia seguinte, pela manhã, o declarante foi até a casa do Manezinho das Duas, conforme determinação dos militares; que lá chegando, por volta das 7 horas da manhã, do dia 21/04/1974, o declarante viu Antônio, Valdir e Beto sentados em um banco na sala da casa, com os pulsos amarrados para trás com uma corda fina, parecendo ser de nylon; que o declarante viu um militar se comunicando pelo rádio; que, por volta das 9 horas da manhã, chegou o helicóptero que levou os militares e os três prisioneiros”1.
Biografia
1 Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos - Brasília : Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p. 218-9.
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais
Processo: 00005.201780/2016-39
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
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