Nome: PAULO ROBERTO PEREIRA MARQUES
Pai: Silvio Marques Canelo
Mãe: Maria Leonor Pereira Marques
Idade quando desaparecido: 24 anos
Paulo concluiu o curso científico no Colégio Lúcio dos Santos, em Belo Horizonte. Ingressou, em seguida, no curso pré-vestibular Pitágoras, preparando-se para o vestibular de Química. Era funcionário do Banco de Minas Gerais e participou ativamente da greve dos bancários de 1968, razão pela qual foi indiciado na Lei de Segurança Nacional, perdendo o emprego.
Participava também do trabalho comunitário na Igreja de Santa Efigênia, de Belo Horizonte. Perseguido pelos órgãos de repressão do regime militar, passou a atuar na clandestinidade, indo viver em Itapetininga, no interior da Bahia, e depois no Rio de Janeiro. Em 1969, já militante do PCdoB, mudou-se para a cidade de Palestina, na região do Araguaia, onde montou uma pequena farmácia, junto com o companheiro Ciro Flávio Salazar Oliveira, também desaparecido. Ficou conhecido no lugar como Amauri da Farmácia.
Na última carta enviada à família, em 1972, pedia que não se preocupassem com ele, pois não estava fazendo nada de errado, apenas lutava para mudar o país para que todos tivessem uma vida melhor. Paulo Roberto está desaparecido desde a ofensiva das Forças Armadas contra o acampamento dos guerrilheiros, no dia 25/12/1973. A família, apesar das buscas, nunca mais teve notícias de Paulinho, como era chamado.
Segundo o relatório Arroyo, “ele (Paulo) foi com Walquíria ao local onde Vandick e Dinaelza haviam ido buscar ‘Raul’ (Antônio Teodoro de Castro), ‘Lourival’ (Elmo Corrêa) e ‘Zezinho’, que já haviam chegado (isto é, perto do local do tiroteio do dia 17/12/73). Deveriam retornar no dia 28/12, ao local onde houve tiroteio no dia 25/12. Desaparecidos desde então”.
Terminou o segundo grau no Colégio Lúcio dos Santos em Belo Horizonte e trabalhou no Banco de Minas Gerais. A noite fazia cursinho no Pitágoras. Em 1968 participou da greve dos bancários como um de seus dirigentes, apesar de contar apenas 18 anos. Por isso perdeu o emprego e em 1969 e saiu de casa por estar sendo procurado pela polícia política indo residir na região do Gameleira, no Araguaia. Pertencia ao destacamento B e vivia na localidade de Palestina, onde tinha uma farmácia. Era um jovem alegre, sempre tocando ao violão canções que ele mesmo compunha e que falavam de seus ideais.Foi denunciado no Proc. 11/70, incurso nos art. 43 e 45, itens I e II do Decreto-lei nº. 898/69, na Auditoria da 4ª Circunscrição Militar Judiciária1.
Biografia
1 BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p 233-4.
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais
Processo: 00005.201551/2016-14
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
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