Nome: Orlando Moura Momente
Pai: Alvaro Momente
Mãe: Antônia Rivelino Momente
Idade quando desaparecido: 41 anos
Paulista de Rio Claro, Orlando Momente fez o curso primário em sua terra natal e também estudou desenho mecânico, concluindo o curso em 1950. Mudou-se para São Paulo e trabalhou como operário na Companhia Antarctica Paulista, entre 1951 e 1959. Em abril de 1961, casou-se com Maria José de Moura Momente, com quem teve uma filha, Rosana de Moura Momente. Militou no PCB desde os anos 1950 e posteriormente transferiu-se ao PCdoB. Com o Golpe de Estado de 1964, foi viver com a família em uma fazenda em Fernandópolis (SP), onde ficou pouco tempo.
Passou a atuar na clandestinidade, mas periodicamente visitava seus familiares. A última vez em que esteve com eles foi em 1969. Devido às perseguições políticas, passou a viver no norte de Goiás e, posteriormente, no sul do Pará, próximo à Transamazônica, na localidade de Paxiba. No Araguaia, em algumas ocasiões, esteve frente a frente com agentes da repressão, passando por camponês e dando informações erradas sobre os guerrilheiros, contando para isto com a ajuda dos moradores que o apresentavam como compadre ou parente. Pertencia ao Destacamento A e foi visto pela última vez por seus companheiros no dia 30/12/1973. Após o ataque à Comissão Militar no natal de 1973, os guerrilheiros decidiram se separar em grupos de cinco pessoas. De acordo com o Relatório Arroyo, “os grupos eram cinco. Um chefiado por Osvaldo (que retornou a sua área); outro por J.; outro pelo João; outro pelo Nelito; e o outro pelo Landim (Orlando Momente). (...) Dia 30 pela manhã (30/12/73), os cinco grupos tomaram seus destinos. Às 15h ouviu-se ruído de metralhadora no rumo em que havia seguido Osvaldo ou Landim (Orlando Momente). Não se sabe o que houve”.
Em 1974, Joana de Almeida, moradora da região e esposa de Luiz Vieira, camponês também desaparecido, esteve em seu antigo sítio na Paxiba, próximo a São Domingos, e encontrou restos de uma ossada humana semi-enterrada. Estavam visíveis o crânio e um fêmur, com características de terem sido enterrados há pouco tempo. Ao lado da ossada estava um chapéu feito de couro de quati curtido, o que lhe deu a certeza de que se tratava de seu compadre e amigo Orlando Momente. Na época, Joana nada pode fazer porque estava proibida pelo Exército de ir a seu sítio, ao qual fora às escondidas à procura de alimentos. Esse depoimento foi dado à equipe de jornalistas da revista Manchete em 19931.
Operário em São Paulo, com grande atuação política. Devido às perseguições políticas foi residir no interior. Primeiramente no norte de Goiás e posteriormente no sul do Pará, próximo à Transamazônica.Tinha um gênio alegre e muito criativo. Sabia sair-se com facilidade de situações difíceis. Muito habilidoso e prestativo, conquistava facilmente a simpatia de todos que o conheciam. Com seu espírito arrojado, em algumas ocasiões esteve frente a frente com bate-paus e agentes disfarçados, passando por camponês e dando informações erradas sobre os guerrilheiros, contando para isto com a ajuda de moradores da região que o apresentavam como compadre ou parente. Pertenceu ao Destacamento A - Helenira Resende.
Biografia
1 BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p 234-5.
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais
Processo: 00005.201744/2016-75
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
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