Nome: MANOEL JOSÉ NURCHIS
Pai: José Francisco Nurchis
Mãe: Rosalina de Carvalho Nurchis
Idade quando desaparecido: 32 anos
Manoel era natural de São Paulo, onde trabalhava como operário. Depois de abril de 1964, passou a ser perseguido por suas posições po-líticas e pela militância no PCdoB. Deslocado para a região do Araguaia, residiu na área do Gameleira e pertenceu ao Destacamento B da guerrilha. Em 29 ou 30/09/1972, tombou em combate, conforme já descrito na apresentação resumida dos dois casos anteriores, de acordo com o Relatório Arroyo, em que Nurchis ainda tenta reanimar seu companheiro Haas, que tinha sido ferido de morte.
O relatório apresentado pelo Ministério da Marinha, em 1993, registra que “Manuel foi preso em jun/63, quando distribuía panfletos sub-versivos em São Paulo. Em out./72, membro do PCdoB, morto em combate em Xambioá”. O Relatório do Ministério do Exército, do mesmo ano, acrescenta: “Militante do PCdoB, utilizando-se dos codinomes Gil, Gilberto e Guilherme, tendo também realizado o curso de guerrilha na Escola Militar de Pequim/China”.
O já citado relatório da 3ª Brigada de Infantaria, assinado pelo general Antônio Bandeira, também registra a ocorrência dessas três mor-tes: “Da FT 6º BC – ação de patrulhamento, em 30 Set 72, executada no R dos Crente, por 1 GC, teve como resultado a morte dos seguintes terroristas:
João Carlos Haas Sobrinho ‘Juca’ (membro da Comissão Militar)
Ciro Flávio Salazar de Oliveira ‘Flávio’ (Dst B – Grupo Castanhal do Alexandre)
José Manoel Nurchis ‘Gil’ (China Com) – Dst B – Grupo Castanhal do Alexandre)”.
Dower Cavalcanti, um dos militantes presos no Araguaia em 1972 que foram poupados, testemunhou que foi requisitado pelo general Bandeira para identificar alguns guerrilheiros mortos. Como os corpos já estavam em decomposição, a identificação foi realizada através de fotografias ampliadas. Eram João Carlos Haas, Ciro Flávio, José Toledo, Chaves e Nurchis. O general comentou nunca ter visto um homem tão macho como Nurchis, que enfrentou pára-quedistas em um combate que durou duas horas, só morrendo após receber o 12º tiro de metralhadora.
O livro Operação Araguaia, Operação Araguaia, Operação Araguaiade Taís Morais e Eumano Silva registra sobre Nurchis: “Morou na região da Gameleira. Agitado, falante e namorador, tornou-se exemplar cumpridor de tarefas do partido. Orgulhava-se do tempo em que morava em São Paulo e se destacava como um dos melhores vendedores do ‘Classe Operária’, principal jornal do PCdoB. Em setembro de 1972, fez parte de um grupo de cinco guerrilheiros encarregados pela Comissão Militar de retomar contato com o Destacamento C. Os combatentes comunistas encontraram várias patrulhas militares. Em um dos con-frontos, no último dia do mês, morreu junto com Juca e Flávio. Sua morte foi registrada na Operação Papagaio em 30/9/72”1.
Foi preso por motivos políticos em junho/63. Com a intensificação da perseguição política após o golpe militar de 1964, acabou se transferindo para o interior, residindo na região do Gameleira, no Araguaia. Pertencia ao Destacamento B. Em 30/9/72, foi ferido e preso em tiroteio em que foram mortos João Carlos Haas e Ciro Flávio Salazar e Oliveira. Desaparecido desde então2.
Xambioá (GO)
Biografia
1 BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p 247.
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais
Processo: 00005.201750/2016-22
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
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