Nome: Luiza Augusta Garlippe
Pai: Armando Garlippe
Mãe: Durvalina Santomo Garlippe
Idade quando desaparecido: 33 anos
Luiza nasceu em Araraquara, no interior paulista, onde estudou até completar o ensino médio no IEBA, Instituto de Educação Bento de Abreu. Mudou-se então para São Paulo, onde cursou Enfermagem na USP, formando-se em 1964. Em seguida, passou a trabalhar no Hos-pital das Clínicas, chegando ao posto de enfermeira-chefe do Departamento de Doenças Tropicais, assunto em que se especializou. Realizou viagens de estudo pelo interior do país, percorrendo estados como Amapá e Acre. Também participou da Associação dos Funcionários do Hospital das Clínicas. Atuante na militância política contra o regime militar, era integrante do PCdoB.
No início dos anos 70, foi deslocada para o Araguaia, indo viver na região do Rio Gameleira, onde desenvolveu trabalho de saúde, desta-cando-se como parteira. Era conhecida na área como Tuca e assumiu a coordenação do setor de saúde da guerrilha após a morte de João Carlos Haas. No Araguaia, integrava o Destacamento B e era companheira de Pedro Alexandrino de Oliveira, o Peri.
Segundo informações de seu irmão Armando Garlippe Junior, a última vez que os familiares a viram foi no início dos anos 70. “Posteriormente, fomos perdendo contato. Não sabíamos onde ela estava. Pensávamos que ela pudesse estar presa. Às vezes, chegavam informações desencontradas sobre o seu paradeiro. Alguns diziam que ela estava no exterior: outros falaram que ela se encontrava no Nordeste. Só muito tempo depois fomos saber sobre o Araguaia. Na verdade, naquela época, a comunicação era difícil. As forças da repressão nos vigiavam”.
Sabe-se que sobreviveu ao ataque da manhã de Natal de 1973 e existem divergências a respeito da data de sua morte ou desaparecimento. O Relatório do Ministério da Aeronáutica, de 1993, registra apenas que Luiza era “Militante do PCdoB e guerrilheira no Araguaia”. O Rela-tório do Ministério do Exército, do mesmo ano, agrega: “Militante do PCdoB integrando o destacamento da guarda do Comando Militar na Guerrilha do Araguaia, considerada desaparecida desde 5/74”. O Relatório do Ministério da Marinha apresenta a informação de que morreu em junho de 1974:“NOV/74, relacionada entre os que estiveram ligados à tentativa der implantação da guerrilha rural, levada a efeito pelo comitê central do PCdoB, em Xambioá. Morta em junho/74”.
Em 17/01/2004, em reunião realizada na Câmara Municipal de Araraquara, foi constituída a Comissão de Direitos Humanos Luiza Augusta Garlippe, em sua homenagem1.
Marabá (PA)
Biografia
1 BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p 247.
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais
Processo: 00005.201752/2016-11
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
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