esqueceu sua senha?

ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: BERGSON GURJÃO FARIAS
 

Nome: BERGSON GURJÃO FARIAS

Pai: Gessiner Farias

Mãe: Luiza Gurjão Farias

Idade quando desaparecido:

Dôssie
145/96
Procedimento administrativo CEMDP
00005.201571/2016-95
Nome
BERGSON GURJÃO FARIAS
Data de Nascimento
17/05/1947
Municipio de Nascimento
Fortaleza (CE)
Status
Desaparecido
Biografia

 

Existem controvérsias entre diferentes publicações e documentos quanto à data do desaparecimento ou morte desse líder estudantil cea-rense. Foi a primeira baixa fatal entre os quadros do PCdoB que foram deslocados para o Araguaia. A data 8 de maio sempre constou nas listas de mortos e desaparecidos políticos. Publicações mais recentes, baseadas em trechos de documentos secretos das forças repressivas, indicam 2 ou 4 de junho. Segundo testemunhas, seu corpo foi pendurado em uma árvore, de cabeça para baixo, para ser agredido por pára-quedistas e outros agentes das forças repressivas.

Bergson atuou no Movimento Estudantil quando cursava Química na Universidade Federal do Ceará. Foi vice-presidente do DCE em 1967, sendo preso durante o 30º Congresso da UNE, em lbiúna (SP), em outubro de 1968, e expulso da Universidade com base no De-creto-lei 477. Ainda em 1968, no Ceará, foi ferido a bala na cabeça quando participava de manifestação estudantil. Em 01/07/1969 foi condenado a dois anos de reclusão pela Justiça Militar. Com isso, passou a atuar na clandestinidade e mudou-se para a região do Araguaia, indo residir na área de Caianos.

O desaparecimento de Bergson foi denunciado em juízo pelos presos políticos José Genoíno Neto e Dower Moraes Cavalcante. Genoíno afirmou que lhe mostraram o corpo sem vida de Bergson, com inúmeras perfurações, durante um interrogatório. Dower informou ter sido preso e torturado junto com Bergson e confirmou a versão de Genoíno para a sua morte. Segundo depoimento de Dower - hoje falecido - o general Bandeira de Melo lhe disse que Bergson estaria enterrado no Cemitério de Xambioá.

Segundo o Relatório Arroyo, “(...) dias depois, Paulo (comandante do destacamento) procurou um morador, de nome Cearense, seu conhecido, e que já havia prestado alguma ajuda, encomendando-lhe um rolo de fumo, que seria apanhado dentro de uns três dias. Cearense sempre foi muito ajudado por Paulo. No entanto, diante da recompensa oferecida pelo Exército (1.000 cruzeiros) por cada guerrilheiro que entregasse, Cearense foi a São Geraldo e avisou o Exército do ponto marcado por Paulo. No dia de apanhar o fumo, dirigiu-se ao local um grupo consti-tuído por cinco elementos: Paulo, Jorge (Bérgson Gurjão Farias), Áurea (Áurea Elisa Pereira Valadão), Ari (Arildo Valadão) e Josias (Tobias). Ao se aproximar do local, foram metralhados, tendo morrido Jorge”. se aproximar do local, foram metralhados, tendo morrido Jorge”. se aproximar do local, foram metralhados, tendo morrido Jorge”

Relatório da Operação Sucuri, de maio de 1974, confirma essa morte. O relatório do Ministério da Marinha, de 1993, também registra junho como mês de sua morte. Um outro documento, assinado pelo general Antonio Bandeira, então comandante da 3ª Brigada de Infantaria, registrou: “Nesta fase das operações, que cobriu o período de 22 Maio 72 a 07 Jul 72, foram obtidos os seguintes resultados: a) Morte de três terroristas. 1) Bérgson Gurjão Farias (Jorge) – morto a 02 Jun 72, em Caiano – pertencia ao Destacamento C – era chefe do grupo 700; 2) Ma-ria Petit da Silva (Maria) – morta a 16 Jun 72, em Pau Preto I – pertencia ao Grupo 900 (Destacamento C); 3) Kleber Lemos da Silva (Carlito) – morto a 29 Jun 72, em Abóbora – pertencia ao Grupo 900 (Destacamento C)”.

No “livro secreto” do Exército, divulgado em abril de 2007, consta sobre Bergson na página 720: “Em junho (de 1972), começando a rarear os su-primentos, os elementos subversivos começaram a deixar a selva em busca de alimentos. No dia 4, houve um choque de um grupo subversivo com as forças legais na região do Caiano. Dele resultou ferido um tenente pára-quedista, sendo morto Bérgson Gurjão de Farias (Jorge)”1.

 

Local de morte/desaparecimento

 

.
Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Notação Arquivo Nacional
NC
Referências

 

Biografia
1 BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p.



Descrição (resumo do procedimento administrativo)
 

Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais


Processo: 00005.201571/2016-95
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.


voltar
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Setor Comercial Sul - B, Quadra 9, Lote C, Edificio Parque Cidade Corporate, Torre "A", 10º andar, Brasília, Distrito Federal, Brasil CEP: 70308-200c

Atualize o Flash Player