Nome: GUILHERME GOMES LUND
Pai: João Carlos Lund
Mãe: Júlia Gomes Lund
Idade quando desaparecido:
Filho de uma família da classe média carioca, cursou o secundário no Colégio Militar do Rio de Janeiro e, posteriormente, no Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria e Colégio Vetor. Em 1967, ingressou na Faculdade Nacional de Arquitetura da UFRJ, onde foi contemporâneo de Ciro Flávio Salazar de Oliveira, também desaparecido no Araguaia. Cursou até o segundo ano da faculdade e participou do Movimento Es-tudantil da época. Em 26 de junho de 1968, dia da Passeata dos Cem Mil, foi preso com outros companheiros, quando distribuía panfletos na avenida Presidente Vargas. Foi libertado em 10 de julho e, posteriormente, condenado a seis meses de prisão, pena que não cumpriu. Em 1969, mudou-se para Porto Alegre e, no início de 1970, já militante do PCdoB, foi deslocado para o Araguaia.
Ao comunicar a seus pais sua decisão de abandonar a cidade e dedicar-se à luta disse: “Cada vez se torna mais difícil para os jovens se manterem nesse estado de coisas atual. Não há perspectivas para a maioria dentro do atual status, muito menos para mim que não consigo ser inconsciente ou alienado a tudo que se passa em volta ... Minha decisão é firme e bem pensada... No momento só há mesmo uma saída: transformar este país, é o próprio governo que nos obriga a ela. A violência injusta gera a violência justa. A violência reacionária é injusta enquanto a violência popular é justa, porque está a favor do progresso e da justiça social”. enquanto a violência popular é justa, porque está a favor do progresso e da justiça social”.
No Araguaia, Guilherme se valeu de sua prática de hipismo e natação, transformando-se em um destacado tropeiro. Pertenceu ao Destacamento A, depois ao Destacamento C e incorporou-se à guarda da Comissão Militar. Está desaparecido desde o ataque do dia de Natal de 1973, quando estava gravemente atingido por malária. O Relatório do Ministério da Marinha, apresentado ao ministro da Justiça Maurício Corrêa em 1993, relaciona Guilherme Lund entre os que estiveram ligados à tentativa de implantação de guerrilha rural pelo Comitê Central do PCdoB em Xambioá (TO), e registra a sua morte no dia 25 de dezembro. No Relatório do Ministério da Aeronáutica consta ter sido militante do PCdoB e guerrilheiro no Araguaia. Nas fichas entregues ao jornal O Globo, em 1996, também está anotado sobre ele: “Guilherme Gomes Lund, morto em 25 Dez 73 (Eq D2)”1.
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Biografia
1 BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p.
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais
Processo: 00005.201766/2016-35
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
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