Biografia
No dia 27/06/1969, na rua Bolívar, em Copacabana, Rio de Janeiro, o apartamento onde estava o estudante fluminense Reinaldo Silveira Pimenta foi invadido por agentes da polícia política. Em circunstâncias não esclarecidas, Reinaldo caiu ou foi jogado pela janela do apartamento.
Foi encaminhado ao Hospital Miguel Couto, morrendo poucas horas depois. Seu corpo deu entrada no IML/RJ com a guia nº 13, da 14ª D.P., como desconhecido, “morto ao cair na área interna do prédio”.
A necropsia foi assinada no dia seguinte pelo médico Mário Martins Rodrigues, que determinou a causa mortis como fratura da coluna vertebral com ruptura do pulmão esquerdo e hemorragia interna”. O prontuário do DOPS/RJ, registra que Reinaldo, “suicidou-se em 27/06/69, ao ser preso no aparelho da rua Bolivar, nº 124, apto 510, em Copacabana, alugado pelo Partido”.
Constam no processo notícias veiculadas nos jornais do dia 01/07/1969, informando o ocorrido, sendo fato que agentes do DOPS (ou do Cenimar, segundo alguns registros) ocupavam o prédio e suas imediações, aguardando a chegada de Reinaldo.
O relator da CEMDP considerou não restarem dúvidas acerca da militância política e da morte por causa não natural. Ao exame das circunstâncias, não tendo a morte ocorrido em dependência policial, e sim no hospital, concluiu: “Existe nos presentes autos provas que corroboram que o apartamento de Reinaldo estava sitiado, tendo portanto, se transformado em dependência policial assemelhada. Comprovam esse fato as transcrições dos periódicos da época”.
Reinaldo cursava o 3º ano de Engenharia na Universidade do Estado da Guanabara (hoje UFRJ), depois de ter estudado no Colégio Salesiano Santa Rosa, em Niterói, freqüentando também aulas de Inglês no Instituto Brasil-Estados Unidos, além de trabalhar como professor.
Militante do Movimento Estudantil, morreu como dirigente do primeiro MR-8, grupo nascido da Dissidência do PCB em Niterói, que tentou iniciar a implantação de uma base guerrilheira no Oeste do Paraná. Documentos dos órgãos de segurança do regime militar incluem seu nome como integrante do “Comando de Expropriações” da organização, imputando-lhe a participação em algumas ações armadas de reduzida expressão, em 1968 e 1969.
Foi sepultado no cemitério de Maruí, em Niterói, e durante o mandato do prefeito Saturnino Braga, do Rio de Janeiro, a Câmara Municipal aprovou a designação de uma rua da Vila Kennedy com o seu nome.