Nome: DIMAS ANTÔNIO CASEMIRO
Pai: Antônio Casemiro Sobrinho
Mãe: Maria dos Anjos Casemiro
Idade quando desaparecido:
Dirigente do MRT, com militância anterior na Ala Vermelha e na VAR-Palmares, foi morto em São Paulo, entre 17 e 19/04/1971, sendo enterrado como indigente no Cemitério Dom Bosco, em Perus. Seus restos mortais estão entre as ossadas da Vala de Perus, à espera de identificação confirmatória. Documentos dos órgãos de segurança o acusam de participação em diversas operações armadas, inclusive na execução, dois dias antes, na capital paulista, do industrial Henning Albert Boilesen, presidente da Ultragás, empresa que tinha atuado como financiadora da OBAN, em 1969 e 1970.
Dimas foi corretor de seguros, vendedor de carros e tipógrafo. Era casado com Maria Helena Zanini, com quem teve o filho Fabiano César Casemiro. Foi militante estudantil em Votuporanga, no interior paulista, e mudou-se para São Paulo a convite de Devanir José de Carvalho, dirigente principal do MRT, morto dez dias antes. Era irmão de Denis Casemiro, militante da VPR, que seria preso pela equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury no mesmo mês, na região de Imperatriz, e executado em maio .
Antes do processamento do caso na CEMDP, a versão contida no Dossiê dos Mortos e Desaparecidos era de que Dimas morrera fuzilado ao chegar em sua casa, em São Paulo. Entretanto, a análise dos documentos, desenvolvida pela Comissão Especial, trouxe outra certeza: Dimas fora preso e o corpo somente deu entrada no IML depois de ter sido publicada a notícia de sua morte, nos jornais do dia 18/04/1971. A requisição de exame ao IML, assinada pelo delegado do DOPS Alcides Cintra Bueno Filho, informa que a morte se deu na rua Elísio da Silveira, 27, no bairro Saúde, às 13 horas do dia 17 de abril. Entretanto, o corpo de Dimas, ainda de acordo com a própria requisição de exame, só deu entrada no IML às 14 horas do dia 19 de abril, tendo sido enterrado às 10 horas do dia 20.
O laudo necroscópico, assinado por João Pagenotto e Abeylard de Queiroz Orsini, descreve quatro ferimentos causados por arma de fogo e atesta a morte por choque hemorrágico. Além de questionar onde estaria Dimas durante os dois dias que antecederam sua entrada no IML, a CEMDP analisou as fotos de seu corpo, localizadas nos arquivos do DOPS/SP, constatando que eram visíveis algumas lesões na região frontal mediana e esquerda, no nariz, e principalmente, nos cantos internos dos dois olhos, não descritas no laudo.
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais
Processo: 00005.200671/2016-02
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
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