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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: PAULO GUERRA TAVARES
 
PAULO GUERRA TAVARES

Nome: PAULO GUERRA TAVARES

Pai: Antonio Tavares Dias

Mãe: Maria Del Pino Guerra

Idade quando desaparecido:

Dôssie
...
Procedimento administrativo CEMDP
099/03
Nome
PAULO GUERRA TAVARES
Data de Nascimento
22/08/1937
Municipio de Nascimento
Sapucaia (RJ)
Status
Morto
Biografia
Fluminense de Sapucaia, Paulo Guerra Tavares, 3º sargento pára-quedista do Exército, era casado com Sueli Madeira Guerra Tavares e tinha três filhos. Em 1963, foi transferido do Rio de janeiro para João Pessoa. Em julho de 1964, temendo a prisão, abandonou o Exército, sendoexcluído por deserção. Viajou para o Uruguai, onde se asilou, tendo a família viajado ao seu encontro poucos meses depois. Lá ficaram em contato com Leonel Brizola e outros asilados. Em 1965, retornou ao Brasil clandestinamente, com o nome de João Paulo Martins, instalando-se na cidade de Pau D’Alho, no Paraná.
 
No dia 29/5/1972, foi morto por desconhecidos, em São Paulo (SP). O jornal Notícias Populares do dia seguinte divulgou que fora morto com quatro tiros, por quatro homens que saíram de um Volkswagen de armas em punho, tendo levado seus documentos, mas deixando intacto o dinheiro que portava. A imprensa divulgou também que, pelas características do crime e do morto, bem trajado e usando documentos falsos, deveria estar em São Paulo para algum encontro ilegal. Em seu bolso, a polícia paulista teria encontrado o endereço da família no Rio de Janeiro. Avisado, seu irmão Isaac Tavares Dias esteve na capital paulista para o reconhecimento do corpo, até então identificado como João Paulo Martins, tendo sido enterrado no Cemitério São Pedro.
 
O primeiro requerimento apresentado à CEMDP não foi analisado, por ser intempestivo. Reapresentado após introdução de nova redação a Lei nº 9.140/95, que reabriu o prazo para novos pedidos, foram juntadas aos autos declarações do médico Almir Dutton Ferreira e de Liszt Benjamim Vieira, integrantes da VPR, presos políticos banidos do país por ocasião do seqüestro do embaixador da Alemanha no Brasil, em junho de 1970. Ambos testemunham ter militado na VPR com Paulo Guerra Tavares, a quem conheciam por Sargento Guerra, no Rio de Janeiro, durante o ano de 1969. Por esse nome também o conheceu o ex-marinheiro Avelino Capitani, durante o exílio no Uruguai, logo após o golpe militar.
 
Estranhamente, a morte foi investigada pelo DOPS, conforme relatório de 18/06/1973, assinado pelo investigador Amador Navarro Parra, que afirma ter feito investigações em Londrina, Rolândia, Ubiratã, Arapongas, Cascavel, Foz do Iguaçu, vila de Bananeira e outras vilas intermediárias. Diz que, com o nome de João Paulo Martins, o sargento Guerra exercera funções de dentista ambulante e vendedor autônomo, tendo grande prestígio em Rolândia. Identifica seus amigos e termina supondo, erraticamente, que o falecido estaria ligado ao PCBR, tendo sido indiciado em IPM por ser o tesoureiro da organização, onde era conhecido pelo nome de Souza, registrando também que seria ligado ao MR-8.
 
Na CEMDP, o relator desse processo considerou que os fatos não apontavam para um crime de latrocínio, e sim para uma execução política, praticada no auge da repressão política no Brasil, tendo a votação sido unânime a favor do deferimento do pedido, em 15/12/2004.
 
Local de morte/desaparecimento
São Paulo (SP)
Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Notação Arquivo Nacional
AT0 70.01
Data da publicação no DOU
27/12/2004
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