Nome: JOSÉ HUMBERTO BRONCA
Pai: Huberto Atteo Bronca
Mãe: Ermelinda Mazzaferro Bronca
Idade quando desaparecido: 29 anos
José Huberto, era nascido em Porto Alegre e sem a letra m na grafia de seu nome, por influência do italiano de seus pais, era um desportista. Dedicou-se ao ciclismo, motociclismo, natação e remo, tendo conquistado medalhas nesta última modalidade. Desempenhou várias ativida-des profissionais, chegando a trabalhar em circo como equilibrista de monociclo. Fez o primário na escola do Rosário e o curso de mecânica de máquinas na Escola Técnica de Parobé. Formou-se em mecânica de manutenção de aeronaves e trabalhou na VARIG durante muitos anos. Sua militância política é anterior a abril de 1964. Após o Golpe de Estado, já integrado ao PCdoB, foi para o exterior, permanecendo durante algum tempo na China, onde teria recebido treinamento de guerrilha na Academia Militar de Pequim. Em 1966, voltou ao Brasil e passou a atuar na clandestinidade, no Rio de Janeiro. Vivia num pequeno quarto em São João de Meriti.
Chegou ao Araguaia em meados de 1969. Foi vice-comandante do Destacamento B, sendo conhecido como Zequinha ou Fogoió, até ser deslocado para a Comissão Militar, onde fazia parte da guarda. No dia de Natal de 1973, estava no acampamento atacado pelo Exército. Consta em certidão enviada pela ABIN à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos que, em maio de 1972, “pediu emprego em uma fazenda de nome Suiá Missu, mas como não conseguiu uma vaga, se deslocou para São Félix do Araguaia e de lá para Santa Terezinha. Era guerrilheiro ligado ao PCdoB, em Xambioá/PA”. O Relatório do Ministério da Marinha registra que Bronca foi “morto em 13 de março de 1974”.
Segundo o relatório de viagem à região do Araguaia, de Dower Moraes Cavalcante, apresentado à Comissão Justiça e Paz, em 10/12/91: “Na gran-de maioria das vezes, os soldados, após os combates, resgatavam os corpos para as bases de Xambioá ou São Geraldo. Outras vezes, enterravam os guerrilheiros mortos no próprio local do combate, depois de fotografá-los, levando apenas a cabeça para proceder à identificação. Desta forma, há guerrilheiros que foram sepultados, ou deixados insepultos, nas áreas de Bacaba, Metade, Gameleira e Caianos. É o caso de Zequinha que, acompa-nhado de Daniel Calado e José Huberto Bronca, caiu numa emboscada na área de Formiga. ‘Zequinha’ morreu, e foi enterrado lá mesmo.(...)”.
O jornalista Elio Gaspari escreve em A Ditadura Escancarada: “Sabe-se também como foi capturado Zeca Fogoió (José Humberto Bronca), o último sobrevivente da comissão militar da guerrilha: no início de janeiro ele se acercou da casa de um camponês e lhe pediu água, comida e chão para repousar. Recebeu água e sentou-se num toco à beira de um mandiocal. O menino da casa foi mandado à fazenda onde estava o comando das patrulhas do lugar. Rendido, o guerrilheiro pediu: ‘Doutor, não vai me matar’. Tinha o corpo coberto por ulcerações de picadas de mosquitos e desnutrição. Numa mochila de aniagem carregava carne de macaco e mandioca. Identificou-se como José Humberto Bronca. Quando o helicóptero chegou, trazendo sargentos do CIE, um deles esclareceu: ‘Que Bronca coisa nenhuma, esse é o Fogoió’. Segundo o registro da Marinha, ele morreu no dia 13 de março de 1974 um deles esclareceu: ‘Que Bronca coisa nenhuma, esse é o Fogoió’. Segundo o registro da Marinha, ele morreu no dia 13 de março de 19741.
Foi desportista dedicou-se ao ciclismo, motociclismo, natação e remo, tendo neste último conquistado várias medalhas. Formou-se em Mecânica de Manutenção de Aeronaves e trabalhou na VARIG durante alguns anos. Após o golpe militar foi para o exterior, ficando durante algum tempo na China. Em 1966, foi viver na clandestinidade no Rio de Janeiro, onde teve várias atividades profissionais. Homem muito simples, vivia num pequeno quarto em São João do Meriti/RJ, onde seus únicos haveres eram uma troca de roupas, uma esteira, um fogão à querosene e seus instrumentos musicais, uma gaita e uma flauta, dos quais nunca se separou. Foi dos primeiros a chegar ao Araguaia, em meados de 1969. Foi vice-comandante do Destacamento B, até ser deslocado para a Comissão Militar onde fazia parte da Guarda2.
1 BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p 247.
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais
Processo: 00005.201761/2016-11
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
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