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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: JAIME PETIT DA SILVA
 
JAIME PETIT  DA SILVA

Nome: JAIME PETIT DA SILVA

Pai: José Bernardino da Silva Júnior

Mãe: Julieta Petit da Silva

Idade quando desaparecido: 29 anos

Dôssie
173/96
Procedimento administrativo CEMDP
00005.201794/2016-52
Nome
JAIME PETIT DA SILVA
Data de Nascimento
18/06/1945
Municipio de Nascimento
Iacanga (SP)
Codinome(s)
Jaime
Status
Desaparecido
Biografia

 

Jaime era irmão dos guerrilheiros Lúcio e Maria Lúcia, também mortos no Araguaia. Estudou em Amparo e Duartina e começou a trabalhar muito cedo, após a morte do pai. Mais tarde, estudou também no Rio de Janeiro. Em 1962 foi para Itajubá morar com o irmão mais velho, Lúcio, e ingressou, em 1965, no Instituto Eletrotécnico de Engenharia de Itajubá. Trabalhou como professor de Matemática e Física em colégios de Itajubá  e Brasópolis, ambos em Minas Gerais. Participou do Movimento Estudantil, sendo eleito presidente do Diretório Acadêmico de sua faculdade em 1968. Esteve no 30º Congresso da UNE, em Ibiúna, onde foi preso. Ainda em Itajubá, casou-se com Regilena da Silva Carvalho.


Condenado pela Justiça Militar à revelia em 1969, foi obrigado a abandonar o curso de Engenharia e trabalhou como eletricista durante  algum tempo. O casal, já integrado ao PCdoB, residiu por algum tempo em Goiânia, antes de seguir para o Araguaia, fixando residência na  localidade de Caianos, onde já estavam os irmãos de Jaime, integrando-se ao Destacamento B das Forças Guerrilheiras. Pertencia ao destacamento C da guerrilha2. Depois de iniciados  os choques armados, Regilena se desgarrou dos companheiros e terminou se entregando às forças de repressão em julho ou setembro de  1972 (documentos trazem datas divergentes), ficando presa até o final daquele ano.


Não foi possível definir uma data precisa para o desaparecimento de Jaime. Segundo o relatório Arroyo: “Dia 28/29 de novembro, o grupo  dirigido pelo Simão (8 companheiros) acampou nas cabeceiras da grota do Nascimento. Neste mesmo local, o Destacamento B já havia  acampado meses atrás. Ferreira ficou na guarda, Jaime foi catar babaçu, Chico (Adriano Fonseca Filho) e Toninho foram procurar jaboti numa  gameleira próxima. Chico recebeu um tiro, caindo morto. Eram 17 horas. Em seguida, ouviram-se mais seis tiros. O grupo levantou acam-pamento imediatamente, deixando, no entanto, as mochilas, as panelas, os bornais. O Doca (Daniel Callado) deixou o revólver, que estava  consertando no momento da saída. Jaime e Ferreira (Antonio Guilherme Ribeiro Ribas) ficaram desligados do grupo”.

O relatório do Ministério do Exército, de 1993, informa que “existe registro de sua morte em 22/12/1973”, sem especificar as circunstâncias e o local de sepultamento. O relatório do Ministério da Marinha, do mesmo ano, também afirma que foi “morto em 22/12/1973”.

O comerciante Sinésio Martins Ribeiro, morador da localidade Palestina, que foi guia do Exército na época, contou em depoimento prestado  em São Geraldo do Araguaia, em 19/07/01: “conhecia o Josias, o Chicão, o Ari, Osvaldão, Valquíria, Jaime, Áurea, desde antes da guerra; (...)  que o Josias, entregou um local na mata que era ponto de encontro dos guerrilheiros, caso se perdessem após algum tiroteio com o Exército;  que quem levou os guias ao local foi o próprio Josias; que ao se aproximar do local ele apontou com o dedo e voltou; que nesse instante o  Jaime atirou dois tiros e errou e que não atirou mais porque a bala engasgou na arma; que a seguir a equipe atirou muito, que a mata ficou  cheia de fumaça; que quando abaixou a fumaça, Piau foi de rastro e constatou que o Jaime estava morto;(...) que não tinha camisa e a calça  estava toda esfarrapada; que as pernas estavam cheias de feridas de ‘leicho’; que ele estava muito magro, tinha 5 a 6 cartuchos de bala; que  ele foi atingido por muitas balas de FAL; (...); que ele tinha documento de identidade; que retiraram ele da cabana e desceram ele para o pé do  morro, onde retiraram a cabeça; que a cabeça foi colocada num saco plástico e levada na mochila do Baixinho; que não tinham como cavar  a cova; que cavaram com facão e pedaço de madeira, por isso a cova ficou rasa; que colocaram por cima do corpo umas cuncas de coco; que  foram a pé até a casa do Raimundo Galego; que lá já os esperava o Dr. Augusto, que trabalhava na base de São Raimundo, onde acredita que  tenha ficado a mochila com a cabeça do Jaime; que isto ocorreu por volta de 15 dias após a morte do Chicão; que o Jaime morreu a aproxi-madamente 5 km da casa do Raimundo Galego, perto da grota do  zequiel; (...)”.

Consta do já citado relatório assinado por quatro procuradores do Ministério Público Federal de São Paulo: “Jaime Petit da Silva, morto em  confronto, teve a cabeça decepada e enterrado em cova rasa, perto da Grota do Buragiga, Município de São Geraldo do Araguaia, onde hoje seria pasto da Fazenda de propriedade do Sr. Antônio Costa. A cabeça foi entregue a um oficial do Exército, que a  evou para a base de São Raimundo”. O livro de Hugo Studart acrescenta que o corpo de Jaime Petit teria sido deixado insepulto, coberto por palha de coqueiro1.

Local de morte/desaparecimento

 

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Circustância de morte/desaparecimento

 

Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Notação Arquivo Nacional
NC
Referências

 

Biografia

1 Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p.225-6.

Descrição (resumo do procedimento administrativo)
 

Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais


Processo: 00005.201794/2016-52
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.


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