Nome: JUAREZ GUIMARÃES DE BRITO
Pai: Jayme Ferreira de Brito
Mãe: Amélia Guimarães de Brito
Idade quando desaparecido: 32 anos
Dirigente da VPR, depois de ter integrado a VAR-Palmares e, antes, a Polop e o Colina, do qual foi um dos fundadores, Juarez Guimarães de Brito recorreu ao suicídio para não ser preso. Havia marcado um encontro com um companheiro na Lagoa Rodrigues de Freitas, no Rio de Janeiro, em 18/04/1970. Chegando à área, na esquina das ruas general Tasso Fragoso com Jardim Botânico, o carro em que estava com a mulher, Maria do Carmo Brito, foi fechado por um Volkswagen grená. Segundo depoimento dela, Juarez seguiu dirigindo o veículo enquanto ela manejava uma pequena pistola. Os ocupantes do Volkswagen saíram do carro atirando contra os dois militantes. Quando se percebeu completamente cercado, Juarez, já baleado no braço e no abdômen, tirou a arma da mão de Maria do Carmo e desferiu um tiro contra o próprio ouvido direito, cumprindo um pacto que tinha firmado com ela, de não serem presos vivos.
Nascido em Belo Horizonte, Juarez passou parte da infância no Maranhão, quando seu pai, engenheiro, foi secretário de Agricultura daquele estado. Na capital mineira, estudou no Colégio Batista e formou-se em 1962 nos cursos de Sociologia e Política e Administração Pública na UFMG. Apaixonado por cinema, era assíduo freqüentador do cineclube do Colégio Arnaldo. Foi membro da juventude trabalhista do PTB e trabalhou junto aos sindicatos de trabalhadores, assessorando e organizando cursos de história e oratória. Participou de várias mobilizações da época, como a greve dos mineiros de Nova Lima, contra a Hanna Corporation, e dos trabalhadores da Liga Camponesa de Três Marias.
Em 1963, foi trabalhar em Goiás como assessor e professor da Universidade Federal. Em 1964, mudou-se para Recife, onde exerceu funções na Sudene. Após a deposição de Goulart, foi preso e permaneceu cinco meses detido. Ao ser libertado, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde continuou a trabalhar como sociólogo e pesquisador. Liderou o grupo dissidente da Polop que, em julho de 1968, constituiu o Colina, responsável por inúmeras ações armadas, em Belo Horizonte e no Rio. Após a fusão entre Colina e VPR, que deu origem à VAR-Palmares, Juarez foi um dos dirigentes da nova organização. Comandou a maior operação armada para obtenção de recursos financeiros ocorrida em todo o ciclo da guerrilha urbana, o roubo do cofre de uma amante do ex-governador paulista Adhemar de Barros, contendo 2,8 milhões de dólares.
O caso somente foi apresentado à CEMDP após a ampliação da Lei nº 9.140/95, que, a partir de 2004, passou a abranger os suicídios cometidos sob cerco policial.
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