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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: HÉLIO LUIS NAVARRO DE MAGALHÃES
 
HÉLIO LUIS  NAVARRO DE MAGALHÃES

Nome: HÉLIO LUIS NAVARRO DE MAGALHÃES

Pai: Hélio Gerson Menezes de Magalhães

Mãe: Carmen Navarro Rivas

Idade quando desaparecido: 25 anos

Dôssie
111/96
Procedimento administrativo CEMDP
00005.201765/2016-91
Nome
HÉLIO LUIS NAVARRO DE MAGALHÃES
Data de Nascimento
23/11/1949
Municipio de Nascimento
Rio de Janeiro (RJ)
Codinome(s)
Edinho, Rui
Status
Desaparecido
Biografia

 

Filho de um comandante da Marinha, o estudante carioca Hélio Luiz Navarro de Magalhães cursou Química na Universidade Federal do Rio de Janeiro e também estudava piano. Participou ativamente do Movimento Estudantil entre os anos de 1967 e 1970. Devido às dificuldades impostas pelo AI-5, terminou abandonando a vida universitária e foi viver na região do Araguaia, já incorporado à militância do PCdoB, sen-do conhecido por Edinho no Destacamento A. Seus companheiros relataram que, inicialmente, enfrentou dificuldades de adaptação à vida na selva, principalmente para cozinhar e calcular distâncias. Como passou a contar cada passo, Edinho adquiriu o apelido de “passômetro”, mas também a capacidade de calcular distâncias com grande precisão. Tocava flauta na floresta.

Referindo-se ao mês de janeiro de 1974, Ângelo Arroyo escreveu em seu Relatório: “dia 14, acamparam próximo a uma capoeira abandona-da e onde a casa do morador havia sido queimada pelo Exército. Ao amanhecer do dia 14, dois companheiros foram ver se conseguiam alguma mandioca. (...) Às 9h30, quando estavam preparando uma refeição, ouviram um barulho estranho na mata. Ficaram de sobreaviso, com as armas na mão. Viram então os soldados que vinham seguindo o rastro e passaram a uns dez metros de onde os companheiros se encontravam. Os soldados atiraram, ouviram-se várias rajadas. J., Zezim e Edinho (Hélio Luiz Navarro) escaparam por um lado. Não se sabe se os outros três – Piauí, Beto e Antônio – também escaparam”.

O Relatório do Ministério da Marinha, apresentado em 1993 ao ministro da Justiça, contém três anotações sobre Hélio: “Fev/74 – Foi preso gravemente ferido, como terrorista, na região de Chega com Jeito, portando um fuzil metralhadora adaptado cal.38, um revólver cal.38 e uma cartucheira com 36 cartuchos. Fev/74 – filho do Comte. Hélio Gerson Menezes Magalhães, foi preso após ter sido ferido. Possibilidades de sobrevivência desconhecidas. Nov 74 – relacionado entre os que estiveram ligados à tentativa de implantação da guerrilha rural, levada a efeito pelo CC do PCdoB, em Xambioá. Morto em 14/03/74”.

O Correio Braziliensepublicou, em 17/06/2007, matéria de Leonel Rocha, que acabava de realizar uma visita de quatro dias à região da  Correio Braziliense publicou, em 17/06/2007, matéria de Leonel Rocha, que acabava de realizar uma visita de quatro dias à região da  Correio Braziliense guerrilha. O jornalista informa: “quem também voltou à sua antiga roça foi Raimundo Nonato dos Santos. Aos 77 anos, é conhecido como Peixinho e esteve no centro dos combates. Ele conta que perdeu porcos, patos, galinhas e uma chácara com frutas e legumes plantados. ‘Me corta o coração falar desse assunto hoje’, diz Peixinho, que chama os antigos guerrilheiros de ‘o povo da mata’. Obrigado pelo Exército, loca-lizou o guerrilheiro Hélio Luiz Navarro de Magalhães, conhecido como Edinho, preso e ferido pela patrulha em março de 1974”. lizou o guerrilheiro Hélio Luiz Navarro de Magalhães, conhecido como Edinho, preso e ferido pela patrulha em março de 1974”. lizou o guerrilheiro Hélio Luiz Navarro de Magalhães, conhecido como Edinho, preso e ferido pela patrulha em março de 1974”

No livro de Elio Gaspari, A Ditadura Escancarada, consta a informação de que o ex-encarregado da lanchonete da Bacaba, José Veloso de Andrade, viu Edinho preso naquele acampamento. O já mencionado relatório que quatro procuradores do Ministério Público Federal produziram em 2002 re-gistra que ele foi preso e ferido em confronto com as Forças Armadas, em São Domingos do Araguaia, na mesma ocasião em que foi preso Luiz René Silveira e Silva, o Duda. Essa informação é confirmada por Taís Morais e Eumano Silva em Operação Araguaia: “Preso quando o mateiro Raimundo Nonato dos Santos, o Peixinho, junto com o soldado Ataíde e o capitão Salsa, encontrou-o com Duda perto da ‘cabeceira da Borracheira’. Durante o embate Edinho levou três tiros. Duda nada sofreu. Edinho foi colocado em uma padiola e socorrido Os dois foram transportados de helicóptero”.

Em carta escrita por Carmen Navarro Rivas mãe de Hélio Luiz Navarro de Magalhães, a família abriu mão da indenização prevista na Lei nº 9.140/95 e pediu às autoridades esclarecimentos sobre o desaparecimento de seu filho: “que se abra o caminho da verdade que está nas mãos daqueles que o possuem”. A carta também é assinada por Diana Pilo, mãe de Pedro Alexandrino Oliveira Filho. No site www.desaparecidospoliticos.org.br/araguaia, considerado como a mais abrangente fonte de informações e documentação pertinentes àquele episódio de guerrilha, constam outras informações sobre o caso1.

 

Estudante de Química da UFRJ. Participou do movimento estudantil até 1970, quando passou a clandestinidade, indo viver próximo à Transamazônica2.

Local de morte/desaparecimento

 

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Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Notação Arquivo Nacional
ACE 5283/78 (FLS. 032-33)
Referências

 

Biografia
1 BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p.

Descrição (resumo do procedimento administrativo)
 

Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais


Processo: 00005.201765/2016-91
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.


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