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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: JOELSON CRISPIM
 
JOELSON CRISPIM

Nome: JOELSON CRISPIM

Pai: José Maria Crispim

Mãe: Encarnación Lopes Peres

Idade quando desaparecido: 22 anos

Dôssie
...
Procedimento administrativo CEMDP
128/96
Nome
JOELSON CRISPIM
Data de Nascimento
16/04/1948
Municipio de Nascimento
Rio de Janeiro (RJ)
Status
Desaparecido
Biografia

 

Nascido no Rio de Janeiro e morto na capital paulista, em 22/04/1970, depois de ferido em tiroteio com agentes dos órgãos de segurança, conforme a versão das autoridades na época, Joelson começou a trabalhar muito cedo como operário em fábricas e oficinas de rádios e aparelhos elétricos, cursando também uma escola técnica, em São Paulo.

 

Era filho de José Maria Crispim e de Encarnación Lopes Perez, ambos militantes de oposição ao Regime Militar, sendo o pai ex-sargento do Exército, preso político durante o Estado Novo, um dos integrantes da bancada do Partido Comunista na Constituinte de 1946. A mãe, militante da VPR assim como Joelson, foi também presa em 1970, sendo banida do país em 13/01/1971, por ocasião do sequestro do embaixador da Suíça no Brasil. A irmã Denise Crispim, também militante da VPR e que havia participado, juntamente com seu irmão, do sequestro do cônsul japonês em São Paulo, era companheira de Eduardo Collen Leite, o “Bacuri” assassinado sob torturas em dezembro de 1970.

 

Após a abertura dos arquivos do DOPS/SP, foi possível localizar um relatório da Casa de Saúde Dom Pedro II, para onde Joelson teria sido levado, ferido, “vindo a falecer antes de intervenção cirúrgica”. Segundo o relatório, ele deu entrada com cinco ferimentos perfurantes por projétil de arma de fogo.

 

Apesar de identificado, como mostram os documentos do DOPS, deu entrada no IML como desconhecido, com requisição marcada com “T” em vermelho, identificado com o nome falso de Roberto Paulo Wilda, sendo o óbito registrado em cartório do Brás, sem referência ao local do sepultamento. Assinam o laudo Sérgio de Oliveira e Paulo Augusto de Queiroz Rocha, que confirmaram a versão de morte em tiroteio.  Joelson foi enterrado como indigente, sob o nome falso, no Cemitério de Vila Formosa, em São Paulo.

 

Afirma o laudo que as balas seguiram uma trajetória de trás para frente, o que, segundo o relator, descaracteriza a existência de tiroteio. Nas buscas realizadas, não foi localizado o assento de óbito de Joelson Crispim e o cartório se negou a entregar o que estava em nome de Roberto Paulo Wilda, alegando haver embargo judicial.

 

O relator concluiu seu voto na CEMDP afirmando a convicção de que, “a identificação falsa de Joelson e seu sepultamento como indigente constituem as evidências maiores de que sua morte deu-se por execução sumária pelos agentes da repressão”. Nos documentos do Projeto Brasil: Nunca Mais mencionados nos autos do processo junto à Comissão Especial, consta que os responsáveis pela morte de Joelson foram  Brasil: Nunca Mais mencionados nos autos do processo junto à Comissão Especial, consta que os responsáveis pela morte de Joelson foram  Brasil: Nunca Mais agentes do DOI-CODI de São Paulo, comandados pelo capitão Coutinho.

 

As irmãs de Joelson, Denise e Olga, solicitaram à Comissão Especial que localize e identifique os restos mortais dele, o que não pode ser concretizado pelas modificações procedidas na quadra de indigentes do cemitério e pela falta de registros exatos do local de sepultamento.

 

Local de morte/desaparecimento
São Paulo (SP)
Organização política ou atividade
VPR
Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Referências

Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.Direito à verdade e à memória: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos. 1ª Edição.Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007.

Data da publicação no DOU
06/03/1996
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