Nome: DORIVAL FERREIRA
Pai: Domingos Antonio Ferreira
Mãe: Alvina Biscuola Ferreira
Idade quando desaparecido:
Militante da ALN, operário era filiado ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Osasco e Região – do qual foi candidato à presidência em 1965. Casado, pai de seis filhos, Dorival Ferreira morreu aos 38 anos, após ser preso pelos agentes do DOI-CODI/SP. Na noite de 02/04/1970, agentes de segurança invadiram a tiros sua casa em Osasco, à rua Zuma Sá Pereira, 18, quando foi ferido e preso. A versão oficial alegou que Dorival morreu em tiroteio e documentos dos órgãos de segurança registram que ele pertenceria ao setor de apoio da ALN mas seria responsável pela fabricação de explosivos. A relatora do processo na CEMDP assim analisou os fundamentos do pedido: “foi preso em sua própria casa, em Osasco - SP, em 02/04/1970, depois de receber um tiro nas costas, na altura dos quadris, logo que atendeu a um chamado, no portão de sua casa”.
As provas que contrariam a versão oficial vieram do IML, da perícia técnica e do DOPS. No Termo de Declarações do pai de Dorival – Domingos Antônio Ferreira –, prestado ao delegado Edsel Magnotti, colhido no DEOPS no dia 2 de junho, consta que ao chegar na casa do filho só encontrou policiais que lhe disseram que Dorival tinha sido preso, sem informar para onde fora levado. Também veio do DOPS uma ficha de Dorival, com data de 30/04/1970, informando que ele morreu em 03/04/1970, isto é, no dia seguinte à sua prisão.
Jornais da época – Notícias Populares e Última Hora -, anexados ao processo na CEMDP, divulgaram a versão oficial, mas também informaram que “depois do tiroteio Dorival foi detido, e que foi solicitado reforço policial, principalmente, para as imediações da Delegacia de Polícia de Osasco”. A cópia do laudo necroscópico, assinado por Otavio D’Andrea e Antônio Valentini, não está muito clara em alguns trechos, mas nas duas últimas linhas se pode ler: “retiramos um projétil de calibre maior que os anteriores e localizado na articulação coxo femural esquerda”. O relatório da Polícia Técnica identifica, nas seis fotos que o acompanham, 11 ferimentos perfuro-contusos, número muito superior ao tiro nas costas que teria recebido ao ser preso. A relatora concluiu que as notícias oficiais e as reproduzidas nos jornais confirmavam os relatos da família de que Dorival Ferreira estava vivo quando foi levado para a prisão. Seu voto favorável ao deferimento foi acompanhado por todos os integrantes da Comissão Especial.
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