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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: JOSÉ MAXIMINO DE ANDRADE NETTO
 
JOSÉ MAXIMINO DE ANDRADE NETTO

Nome: JOSÉ MAXIMINO DE ANDRADE NETTO

Pai: José Maximiano Netto

Mãe: Odila de Andrade Netto

Idade quando desaparecido: 62 anos

Dôssie
...
Procedimento administrativo CEMDP
205/96
Nome
JOSÉ MAXIMINO DE ANDRADE NETTO
Data de Nascimento
20/09/1913
Municipio de Nascimento
Três Corações (MG)
Status
Morto
Biografia
 
O coronel reformado da PM paulista José Maximino de Andrade Netto, mineiro de Três Corações, mas radicado em Campinas (SP), já tinha sido expurgado da corporação em 1964, quando ela ainda se chamava Força Pública, por não aderir ao movimento militar que depôs o presidente João Goulart.

Duas décadas depois, sob a acusação de militância no PCB, foi preso em 11/08/1975 por agentes do DOI-CODI/SP. Um dia após ser libertado e deixado pelos agentes dos órgãos de segurança na porta de sua casa, em péssimas condições de saúde, morreu em 18/08/1975, no Hospital Clinicor, em Campinas (SP), segundo o legista Alberto F. Piccolotto Naccaratto, de um enfarte do miocárdio.

O relator do caso na CEMDP Luís Francisco Carvalho Filho enumerou os depoimentos colhidos pela autoridade judicial, sob compromisso legal. Salomão Galdino da Rocha, ex-policial militar, afirmou ter sido preso e torturado no mesmo dia que Maximino. Segundo ele, durante o interrogatório lhe fizeram perguntas sobre seu relacionamento com o coronel. Contou também que um carcereiro lhe informou que um coronel preso ali estava passando mal e que um médico teria determinado que o retirassem da prisão, pois ele estava morrendo.

O outro depoimento é de Bráulio Mendes Nogueira, funcionário público aposentado, segundo quem Maximino era um nacionalista convicto. Foi visitá-lo quando soube que havia sido solto e o encontrou bastante ferido e sem condições de conversar. Bráulio disse também que o telefone da casa do coronel tocava insistentemente e quando era atendido ninguém se manifestava do outro lado da linha, o que foi entendido como ameaça à família.

O relator considerou que a prisão de Maximino estava relacionada com o processo de repressão aos militantes do PCB em 1975, e que havia prova da motivação política, de sua prisão e das torturas sofridas. O relator concluiu que as evidências apontavam para o fato de o coronel, já idoso, não ter resistido aos maus tratos; no momento em que sua morte pareceu inevitável, teria sido retirado do cárcere e abandonado em frente à sua casa.
Local de morte/desaparecimento
Campinas (SP)
Organização política ou atividade
PCB
Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Data da publicação no DOU
05/08/1996
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