Nome: DINALVA CONCEIÇÃO OLIVEIRA TEIXEIRA
Pai: Viriato Augusto de Oliveira
Mãe: Elza Conceição Bastos
Idade quando desaparecido: 29 anos
Conhecida no Araguaia como Dina, cercada de fama legendária, Dinalva era baiana de Castro Alves. Cursou o primário na Escola Rural de Argoim e mudou-se para Salvador, cursando o ginasial no Instituto de Educação Isaías Alves, por onde também passaram Anísio Teixeira e Milton Santos. Completou o ensino médio no Colégio Estadual da Bahia e se formou em Geologia pela Universidade Federal, em 1968.
Durante o curso universitário, morava na Casa do Estudante e participou ativamente do Movimento Estudantil em Salvador, em 1967 e 1968, como representante da Residência Universitária Feminina, época em que foi presa, mas solta logo a seguir. Era militante do PCdoB.Nesse período, conheceu Antônio Carlos Monteiro Teixeira, seu colega de turma, também do PCdoB, com quem se casou em 1969. Naquele ano, o casal foi morar no Rio de Janeiro e trabalharam ambos no Departamento Nacional de Produção Mineral, do Ministério de Minas e Energia, participando também de atividades na SBPC.
Em maio de 1970, foram deslocados para a região do Araguaia, onde Dinalva atuou como professora, parteira e chegou a ser vice-comandante do Destacamento C, única mulher da guerrilha a alcançar um posto de comando. Conforme registrado anteriormente, quando tiveram início os choques armados, em abril de 1972, o casal já estava separado e tinha nascido um novo relacionamento entre ela e Gilberto Olímpio Maria, morto no Natal de 1973. Dina destacou-se por sua habilidade militar ao escapar de ataques inimigos e participar de várias ações armadas, sendo ferida em uma delas. Era tida como exímia atiradora. Sobreviveu ao ataque do Natal de 1973, mesmo enfrentando grave surto de malária.
O Relatório da Marinha, apresentado em 1993 ao ministro da Justiça Maurício Corrêa, assim descreve a atuação de Dina no início de 1973: “entre os dias 30 JAN e 02 FEV/73, acompanhada por outros elementos, percorreu várias casas de caboclos da região de Pau Preto, onde foi comprado arroz e distribuído um manifesto do PCdoB, prometendo aos elementos da região que após a derrubada do governo seriam instalados na mata escolas e hospitais. Na ocasião, foi notado que o grupo de Dina portava armas semelhantes às usadas pelo Exército, e que a mesma portava uma atravessada no peito que aparentava ser automática. A Dina comentou que o grupo estava preparado para vingar os companheiros mortos durante as operações militares ocorridas em SET 72”. E o relatório conclui informando a data de sua morte: “JUL/74, teria sido morta em Xambioá”.
Segundo depoimentos contraditórios de moradores da região, Dina teria sido presa na Serra das Andorinhas em estado adiantado de gravidez, versão que é reforçada, sem certeza, pelo coronel-aviador Pedro Corrêa Cabral no depoimento prestado à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Em diferentes versões, ora se afirma que Dina foi presa junta com Lia (Telma Regina Cordeiro Corrêa), ora com Tuca (Luiza Augusta Garlippe).
Dina teria sido levada para Marabá, onde permaneceu por cerca de duas semanas nas sob custódia de uma equipe de inteligência militar. Estava fraca, desnutrida. No início de julho, o capitão Sebastião de Moura, codinome Dr. Luchini (Dr. Curió), retirou Dina. Levaram-na de helicóptero para algum ponto da mata espessa, perto de Xambioá. Um sargento do Exército, Joaquim Artur Lopes de Souza, codinome Ivan, chefiava a pequena equipe (...). Antes de morrer, teria ocorrido o seguinte diálogo entre Dina e o seu algoz:
"Vou morrer?, perguntou Dina.
‘Vai, agora você vai ter que ir’, respondeu Ivan.
‘Eu quero morrer de frente’, pediu.
‘Então vira pra cá’.
Ela virou e encarou o executor nos olhos. Transmitia mais orgulho que medo – relataria mais tarde o militar aos colegas de farda. Ele se aproximou da guerrilheira, parou a dois metros de distância e lhe estourou o peito com uma bala de pistola calibre 45. O tiro pegou um pouco acima do coração. O impacto jogou Dina para trás. Levou um segundo tiro na cabeça. Foi enterrada ali mesmo”. Ainda, segundo fonte pesquisada, o corpo de Dina teria sido enterrado no local da execução. Em 1975 teria sido exumado e levado para a ser cremado em outro local”1.
Cursou o primário na Escola Rural de Argoin, ginásio no Instituto de Educação Isaías Alves e depois no Colégio Estadual da Bahia, em Salvador. Cursou Geologia na UFBa e residia nesse período na Casa do Estudante Universitário. Participou ativamente do movimento estudantil nos anos de 1967/68, sendo inclusive presa. Casou-se com Antônio Monteiro Teixeira, em 1969, indo ambos residir no Rio de Janeiro, onde trabalhavam no Ministério das Minas e Energia. Pertencia a Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência - SBPC.Em maio de 1970, ela e seu marido foram para o Araguaia. Pertencia ao Destacamento C, chegando a ser vice-comandante. Participou com destaque de várias ações militares, sendo ferida em uma delas.
1 Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p. 257-8.
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais
Processo: 00005.201769/2016-79
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
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