Nome: ÂNGELO CARDOSO DA SILVA
Pai: João Cardoso da Silva
Mãe: Celanira Machado Cardoso
Idade quando desaparecido:
Gaúcho de Santo Antonio da Patrulha, residente em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, Ângelo Cardoso da Silva era um motorista de táxi vinculado à organização M3G - Marx, Mao, Marighella e Guevara, pequeno grupo de oposição armada ao regime militar, praticamente circunscrito ao Rio Grande do Sul, que teve como fundador e líder um dos 136 nomes da lista anexa à Lei nº 9.140/95, Edmur Péricles Camargo.
Ângelo encontrava-se detido no Presídio Central de Porto Alegre por sua participação política nesse agrupamento clandestino, conforme declaração firmada por outro preso político do período, Paulo de Tarso Carneiro, anexada ao processo formado junto à CEMDP. As autoridades divulgaram que Ângelo teria se enforcado dentro de sua cela, no dia 23/04/1970, às 16h. O laudo da necropsia foi assinado por Izaías Ortiz Pinto e Carlos B. Koch, confirmando a versão oficial. Seu nome consta no Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos.
O relator da CEMDP, general Oswaldo Pereira Gomes, apresentou voto pelo indeferimento alegando não haver provas de que Ângelo fora preso por motivos políticos. Nilmário Miranda pediu vistas ao processo e em seu relatório esclareceu as dúvidas sobre a existência do M3G e a militância de Ângelo, comprovando a prisão política através de declarações de ex-presos, sendo inquestionável a sua morte em dependência do Estado. Como resultado, o requerimento foi deferido por unanimidade na Comissão Especial.
O acerto dessa decisão receberia nova confirmação em abril de 2007, quando se tornou conhecido o chamado “Livro Negro do Terrorismo do Brasil”, produzido pelo CIE por orientação do ministro do Exército Leônidas Pires Gonçalves. Na página 356 desse documento, consta uma informação que comprova a militância política de Ângelo: “A partir daí, até o dia 2 de março de 1970, o M3G assaltou mais três estabelecimentos de créditos no Rio Grande do Sul. Foram assaltadas: a agência da União de Bancos, em dezembro, em Cachoeirinha; a agência Tristeza, do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, em 28 de janeiro de 1970, em Porto Alegre; e, finalmente, a agência Viamão, do Banco do Brasil, em 2 de março (...) Participaram desses assaltos: João Batista Rita, Paulo Roberto Telles Frank, Bertolino Garcia Silva, Ângelo Cardoso da Silva e Dario Viana dos Reis. Edmur Péricles tomou parte em todas as ações”.
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