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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: AMARO LUIZ DE CARVALHO
 
AMARO LUIZ DE CARVALHO

Nome: AMARO LUIZ DE CARVALHO

Pai: José Luiz de Carvalho

Mãe: Maria Soares de Carvalho e José Luiz de Carvalho

Idade quando desaparecido:

Dôssie
...
Procedimento administrativo CEMDP
027/96
Nome
AMARO LUIZ DE CARVALHO
Data de Nascimento
04/06/1931
Municipio de Nascimento
Joaquim Nabuco (PE)
Biografia

 

Conhecido como Capivara, despontou como líder camponês do Sindicato Rural de Barreiros (PE) durante as mobilizações anteriores a 1964. Na zona canavieira criou Ligas Camponesas e sindicatos, mobilizando e organizando os trabalhadores rurais. Capivara ingressou aos 15 anos no Partido Comunista. Também teve participação destacada nas lutas da categoria têxtil da região metropolitana de Recife. Foi preso pela primeira vez em 1958 por liderar uma greve têxtil. Em 1961 foi para Cuba acompanhar os primeiros passos da Revolução de 1959. Ao retornar, descontente com as mudanças ocorridas no partido, desligou-se da organização e integrou-se ao PcdoB.

 

Depois de abril de 1964, Capivara passou a atuar na clandestinidade na zona canavieira, especialmente nos municípios de Jaboatão, São Lourenço da Mata, Moreno, Vitória e Serinhaém. Participou de um curso de formação e capacitação político-militar na China. Quando voltou, juntamente com Manoel Lisbôa e Ricardo Zaratini Filho, fundou o PCR, em dezembro de 1966. Como dirigente do PCR atuou por quatro anos na zona canavieira coordenando ações, até ser preso no dia 21/11/1969.

 

No “Livro Negro” produzido por militares do CIE, consta sobre ele na página 254: “Em agosto (de 1968), Capivara arrendou o Sítio Borboleta, no município de Palmares, em Pernambuco, que passou a ser o centro do trabalho de campo do partido, atuando com um grupo nas regiões de Barreiros, Sirinhaém, Rio Formoso, Água Preta e Joaquim Nabuco. Além do trabalho de recrutamento e divulgação do comunismo no meio rural, praticaram atos de sabotagem, como a queima de canaviais e de engenhos”.

 

Capivara foi morto quando cumpria pena na Casa de Detenção de Recife, no dia 22/08/1971, dois meses antes de terminar de cumprir o tempo de sua condenação pela Justiça Militar. Era casado e tinha três filhos. Por sua história e liderança, os presos políticos afirmavam que as autoridades do regime militar não queriam soltá-lo vivo. Denunciaram sua morte responsabilizando os guardas do presídio.

 

A morte foi divulgada pela Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco, com a versão de envenenamento causado pelos próprios companheiros em função de supostas divergências políticas. Na data, era diretor da Casa de Detenção o coronel da PM Olinto Ferraz. No processo, há recortes de jornais da época, ocorrência policial, termos de declarações de presos políticos, bem como de presos comuns e agentes penitenciários, exame em local de ocorrência feito pelo Instituto de Polícia Técnica de Pernambuco e laudo pericial procedido pelo IML/PE.

 

Ao analisar a causa da morte, o relator do processo junto à CEMDP observou a gritante contradição existente entre a versão oficial afirmando ter sido ocasionada por envenenamento, ao passo que a necropsia, assinada pelos legistas Nivaldo José Ribeiro e Antônio Victoriano da Costa Barbosa, indicava “hemorragia pulmonar, decorrente de traumatismo do tórax, por instrumento contundente, o que também consta no atestado de óbito”. Os exames toxicológicos feitos em 27/08/71 pelos médicos Oswaldo Bittencourt de Andrade e Adhemar Cavalcanti Ramos resultaram negativos.

Local de morte/desaparecimento
Joaquim Nabuco (PE)
Organização política ou atividade
PCR
Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Notação Arquivo Nacional
AT0.12.09; AT0.12.10 e AT0.13.01
Resultado do julgamento
Deferido
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