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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: Lincoln Cordeiro Oest
 
Lincoln Cordeiro Oest

Nome: Lincoln Cordeiro Oest

Pai: Edmundo Oest

Mãe: Ezequiela Cordeiro Oest

Idade quando desaparecido:

Dôssie
...
Procedimento administrativo CEMDP
231/96
Nome
Lincoln Cordeiro Oest
Data de Nascimento
17/06/1907
Municipio de Nascimento
Rio de Janeiro (RJ)
Status
Morto
Biografia

 

Lincoln, dirigente do PCdoB, nasceu no Rio de Janeiro em 17 de junho de 1907, filho de Ezequiela Cordeiro Oest e Edmundo Oest. Militante político desde os 15 anos, atuou junto ao movimento operário e participou, como militar, do levante de novembro de 1935 da Aliança Nacional Libertadora. Em 1946, foi eleito deputado estadual pelo Partido Comunista, sendo cassado em 1948, quando a sigla foi colocada novamente na ilegalidade. Jornalista, em 1962 fez parte da Comissão de Solidariedade a Cuba e organizou a Comissão Cultural Brasil-Coréia do Norte.

 

Em 10/04/1964, dia seguinte à decretação do primeiro Ato Institucional, os seus direitos políticos foram cassados pelo regime militar, sendo ele o 18º de uma lista de 100 nomes, iniciada com Luís Carlos Prestes e concluída com o cabo Anselmo. A partir de então, Lincoln Oest passou a viver na clandestinidade e enfrentou uma primeira prisão em 1968, pelo DOPS de São Paulo, onde foi torturado e após 18 dias liberado por ausência de acusações. Em 20/12/1972, integrando a Executiva do Comitê Central do PCdoB, foi novamente preso, aos 65 anos de idade, agora pelos agentes do DOI-CODI do Rio de Janeiro, que o torturaram até a morte.

 

O comunicado oficial sobre sua morte é típico de um momento em que os órgãos de segurança pareciam já não querer esconder que as versões apresentadas eram deliberadamente falsas. Sem preocupação alguma com a verossimilhança das informações, anunciava que Lincoln Oest “foi morto ao tentar uma fuga na hora da prisão”. Entretanto, a guia do DOPS/RJ, encaminhada ao IML, onde entrou como desconhecido, registra que o corpo de Lincoln estava largado “num terreno baldio da rua Garcia Redondo após tiroteio com agentes das forças de segurança”. O horário apontado, cinicamente, é 2h50, quando todos sabiam que, nas rigorosas condições de clandestinidade vividas pelos dirigentes comunistas, os encontros com companheiros não eram marcados após o anoitecer, muito menos em altas horas da madrugada. Laudo e fotos de perícia de lo-cal concluem por morte violenta (homicídio) e mostram o corpo de Lincoln baleado. As fotos mostram também evidentes marcas de tortura.

 

A versão oficial de morte por tentativa de fuga foi desmentida pelos depoimentos dos presos políticos José Auri Pinheiro e José Francisco dos Santos Rufino, prestados à época em auditorias militares. Segundo eles, Lincoln foi torturado no DOI-CODI/RJ, onde estava preso. Tanto Auri, quanto Rufino ouviram de um policial torturador que Lincoln teria sido “eliminado em suas mãos”. O exame cadavérico demonstrou que o ex-deputado foi morto com grande número de tiros (pelo menos nove), em várias partes do corpo. A necropsia, realizada por Adib Elias e Eduardo Bruno, confirmou a versão oficial de morte em tiroteio. O corpo de Lincoln foi reconhecido por sua filha, Vânia Moniz Oest, somente no dia 6/1/1973, sendo sepultado por sua família no Cemitério São João Batista (RJ) no dia 8. Para o relator da CEMDP, general Oswaldo Pereira Gomes, “todas as provas anexadas ao processo levam a crer que não houve tiroteio e Lincoln foi levado ao local em que morreu, sendo ali fuzilado”.

 

Local de morte/desaparecimento
Rio de Janeiro (RJ)
Organização política ou atividade
PC do B
Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Notação Arquivo Nacional
Publicação no DOU: 25/4/1996
Referências
Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos.Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.Direito à verdade e à memória: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos. 1ª Edição.Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007.
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