Nome: Zelmo Bosa
Pai: Eduardo Bosa
Mãe: Helena Bosa
Idade quando desaparecido:
Boa parte das informações referentes a este caso foram colhidas junto à Comissão Especial criada no Rio Grande do Sul pela lei estadual 11.042/1997, que reconheceu o direito de reparação indenizatória a todas as pessoas presas naquele estado por se oporem ao regime militar. Em decisão tomada no dia 13/09/1999 por aquele colegiado, ficou provado que Zelmo Bosa esteve preso mais de uma vez por suas atividades políticas após 1964.
Quanto ao desaparecimento, as informações foram prestadas por sua filha, Marja de Fátima Bosa, e por outros amigos de Zelmo, com algumas imprecisões a respeito da data exata em que ocorreu, sendo que o ano 1976 restou como período mais provável.
De acordo com vários depoimentos, ficou evidenciado que o agricultor Zelmo Bosa desenvolveu intensa atividade política nas décadas de 60 e 70, em Trindade do Sul, que na época fazia parte do município de Nonoai, onde chegou a ser vereador. Teria participado de ocupações de terras e pertenceria ao chamado Grupo dos Onze, de inspiração brizolista.
Assim, João Maria Antunes testemunhou que “em 1964 ou 1965 alguns brigadianos chefiados pelo cabo João estiveram na casa de Zelmo e o prenderam; (...) Zelmo foi vereador em Trindade do Sul e que desapareceu” Depoimento de Antônio Conceição dos Santos Machado informa que, “o desaparecido era um ativista político no município de Nonoai; entre 1974 e 1975, Zelmo passou em sua casa e pediu-lhe mantimentos, pois estava sendo perseguido por policiais do regime militar”.
Por fim, Cleto dos Santos, que foi líder do PTB em Nonoai em 1964 informa que os autores da prisão de Zelmo em abril daquele ano, na praça daquela cidade gaúcha, foram o coronel Gonçalino Curio de Carvalho e o delegado Sebastião Nunes, acrescentando que seu amigo lavrador reagiu à prisão. Ele acrescenta também a informação de que “Zelmo Bosa, em certo momento, esteve ligado ao sargento Alberi, que era ligado ao coronel Jefferson Cardim, rumando para o Paraná ou para o Mato Grosso. Existiam vários boatos acerca do desaparecimento de Zelmo Bosa, sendo que diziam também que o mesmo teria sido assassinado por policiais no lugar denominado Cascata do Lobo. Zelmo Bosa vinha a Nonoai escondido, quando visitava a sua família e seus parentes. O depoente, juntamente com o vereador João Maria Antunes, tentou localizar Zelmo Bosa em delegacias, no IML, porém jamais conseguiu localizar qualquer vestígio de Zelmo Bosa, seja vivo ou morto”.
Apoiado nesses depoimentos, o relator do processo junto à CEMDP concluiu estar claro que, “Zelmo foi um homem de intensa atividade política, e seu desaparecimento a partir de 1976 está diretamente relacionado com as atividades que vinha desenvolvendo”. Propôs então o . Propôs então o deferimento, que foi acatado por unanimidade pelos integrantes da Comissão Especial.
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