Nome: DERMEVAL DA SILVA PEREIRA
Pai: Carlos Gentil Pereira
Mãe: Francisca das Chagas Pereira
Idade quando desaparecido: 29 anos
Baiano de Salvador, Dermeval concluiu o curso secundário no Colégio Estadual daquela capital e, em 1965, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, onde foi diretor do Centro Acadêmico. Em 1969, foi expulso da Universidade por força do Decreto 477. Transferiu-se então para a Universidade Católica de Salvador, concluiu o curso e passou a trabalhar como advogado. Em 1971 foi processado e condenado à revelia pela Auditoria Militar de Salvador por sua atuação política. Depois disso, já militando no PCdoB, foi viver clandestinamente na região do Araguaia, estabelecendo-se na localidade chamada Metade, integrado ao Destacamento A da guerrilha, onde era conhecido como João Araguaia.
Em A Ditadura Escancarada, escreve o jornalista Elio Gaspari: “João Araguaia, que participara do ataque ao posto da PM e escapara da emboscada em que morrera André Grabois, partira à frente de um dos cinco grupos formados no dia 30 de dezembro. Provavelmente no final de janeiro, a sorte protegeu-o de novo. Foi com o guerrilheiro Manoel (Rodolfo de Carvalho Troiano) à casa de um lavrador para devolver-lhe o filho Sebastião, que acompanhara a guerrilha. Continuava robusto, vestia bermudas e carregava uma submetralhadora. O pai do menino foi para a Bacaba e avisou os militares. Voltou com doze soldados. Guiados por Sebastião, entraram na mata, e deu-se um tiroteio. Manoel, ferido, foi morto com um tiro na cabeça. Tempos depois, magro, amarelado e cabeludo, João pediu a um lavrador que o intregasse ao Exército. Foi metralhado na Bacaba”.
O relatório assinado em 28/01/2002 pelos procuradores Marlon Weichert, Guilherme Schelb, Ubiratan Cazetta e Felício Pontes Jr anota seu nome entre as pessoas que foram vistas presas, conforme depoimentos colhidos por eles na região em 2001: “João Araguaia: Dermeval Da S. Pereira, que se entregou ao Exército na casa de um depoente após intermediação de Luiz Garimpeiro. Foi visto por outro depoente na base da Bacaba, quando estaria sendo transferido para Marabá. Teria sido morto por ter jogado um copo d’água em um militar”.
Segundo depoimento prestado por José da Luz Filho, também morador da região, Dermeval teria sido preso na casa de uma moradora da região do Araguaia, de nome Nazaré Rodrigues de Sousa. O relatório apresentado pelo Ministério da Marinha, em 1993, ao ministro da Justiça Maurício Corrêa registra que “Dermeval foi morto em 28 de março de 1974”1.
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Biografia
1 Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p. 247-8.
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais
Processo: 00005.201510/2016-28
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
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