Nome: Umberto de Albuquerque Câmara Neto
Pai: Roberto Alves Câmara
Mãe: Mariluce de Sá Leitão Câmara
Idade quando desaparecido:
Paraibano de Campina Grande, Umberto tinha sido estudante de Medicina na Universidade Federal de Pernambuco. Foi presidente do Dire- tório Acadêmico de sua faculdade, que hoje se chama DAMUC – Diretório Acadêmico de Medicina Umberto Câmara Neto. Em 1968, já militando na AP, foi escolhido representante daquele estado na chapa de Jean Marc Von der Weid, formada por aquela organização clandestina em aliança com o PCdoB para dirigir a UNE, sendo preso no 30o Congresso da entidade, em Ibiúna (SP). Era constantemente ameaçado pelos órgãos de repressão e também por organizações paramilitares como o CCC – Comando de Caça aos Comunistas, que, assumiu a autoria do assassinato do Padre Henrique e do atentado contra Cândido Pinto, que restou paraplégico, também em Recife no mesmo período. Em 1969, Umberto foi escolhido como um dos vice-presidentes da UNE.
Em 1972, ainda no Movimento Estudantil, participou da tentativa de organizar as comemorações do cinqüentenário da Semana de Arte Moderna, frustradas nos principais estados pela intervenção dos órgãos de segurança que efetuaram dezenas de prisões, intolerantes até mesmo quanto a atividades culturais desse tipo. No final de 1972, já estava submetido a vários processos na Justiça Militar e tinha de viver e atuar em estrita clandestinidade. Alinhou-se com Paulo Wright e Honestino Guimarães na cisão sofrida pela AP nesse período, recusando o ingresso no PCdoB, e permaneceu como militante da APML. Foi preso no dia 08/10/1973 pelo DOI-CODI, no Rio de Janeiro, depois de ter encontrado numa viagem de ônibus seu companheiro de organização, assassinado pelos órgãos de segurança 20 dias depois, José Carlos Novaes da Mata Machado.
Documento encontrado nos arquivos secretos do DOPS/SP registra: “nascido em 1947, ex-estudante de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco, ex-membro da UNE, preso no dia 08/10/73, no Rio de Janeiro”. O relatório do Ministério do Exército, de 1993, informa errone- amente que Humberto “foi visto em Recife em Jul/74”, enquanto o relatório do Ministério da Marinha, do mesmo ano, confirma sua morte em outubro de 1973. Seu nome consta na lista de desaparecidos políticos do Anexo da Lei no 9.140/95.
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