Nome: Soledad Barret Viedma
Pai: Alex Rafael Barret
Mãe: Deolinda Viedma Ortiz
Idade quando desaparecido:
Nascida no Paraguai, considerada uma mulher de rara beleza, Soledad era neta de um importante escritor, jornalista e intelectual paraguaio, nascido na Espanha, Rafael Barrett. Tanto o pai quanto o avô foram perseguidos por suas idéias políticas. Quando Soledad tinha apenas três meses de idade, a família fugiu do Paraguai para a Argentina, onde viveu por cinco anos, quatro dos quais o pai esteve preso ou perseguido, tanto pela polícia paraguaia quanto pela argentina. A família regressou ao Paraguai, mas voltou a se exilar com a implantação da ditadura Stroessner, agora no Uruguai.
Nesse país, conforme conta sua irmã Namy Barret, Soledad foi raptada em julho de 1962, com 17 anos, por um grupo neonazista que a colocou em um automóvel e, sob ameaças, quis obrigá-la a gritar palavras de ordem contrárias às suas ideias. Por ter se negado, os raptores gravaram em sua carne com uma navalha a cruz gamada, símbolo do nazismo. Começou assim um ciclo de perseguições e prisões, evidenciando que, para a polícia uruguaia, Soledad de vítima passou a ser culpada. Decidiu deixar o país e seguiu para Cuba, onde conheceu o exilado brasileiro José Maria Ferreira de Araújo – militante da VPR conhecido como Araribóia ou Aribóia, desaparecido no Brasil em 1970, com quem se casou e teve uma filha, Nasaindy de Araújo Barret.
Soledad foi enterrada como indigente sem qualquer identificação no Cemitério da Várzea, em Recife. O cantor e compositor Daniel Viglietti, espécie de Geraldo Vandré uruguaio que ainda segue produzindo, cantando e apresentando seu trabalho em turnês mundiais, canta em todas elas a canção que compôs em sua homenagem, Soledad Barret. E o poeta maior daquele país vizinho, Mario Benedeti, também escreveu para ela um belo poema, Muerte de Soledad, com os versos:
Con tu imagen segura
Con tu pinta muchacha
Pudiste ser modelo
Actriz
Miss Paraguay
Carántula
Almanaque
Quién sabe cuántas cosas
Pero el abuelo Rafael el viejo anarco
Te tironeaba fuertemente la sangre
Y vos sentias callada esos tirones
Soledad no viviste em soledad
Por eso tu vida no se borra
Simplesmente se colma de señales
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