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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: Luiz Almeida de Araújo
 
Luiz Almeida de Araújo

Nome: Luiz Almeida de Araújo

Pai: João Rodrigues de Araújo

Mãe: Maria José Mendes de Almeida Araújo

Idade quando desaparecido:

Dôssie
028/96
Procedimento administrativo CEMDP
00005.200696/2016-06
Nome
Luiz Almeida de Araújo
Data de Nascimento
27/08/1943
Municipio de Nascimento
Anadia (AL)
Status
Desaparecido
Biografia

 

Militante da ALN, seu nome integra a lista anexa à Lei nº 9.140/95. Desaparecido desde o dia 24/06/1971, quando se deslocava pela Avenida Angélica, em São Paulo. Natural de Anadia (AL), mudou-se para São Paulo em 1957. Começou a trabalhar, aos 14 anos, como office-boy em uma loja de confecções da Clipper e estudava à noite em escola pública. Começou a participar do Movimento Estudantil no curso Santa Inês, tendo ligações com a JEC – Juventude Estudantil Católica. Mais tarde, deu aulas de História nesse mesmo curso. Foi preso pela primeira vez em 1964, sendo torturado. Naquele mesmo ano, viajou ao Chile e foi novamente preso ao retornar. Em 1966, iniciou o curso de Ciências Sociais na PUC/SP. Em 1967, foi preso novamente, quando iniciava sua ligação com a ala dissidente do PCB liderada por Carlos Marighella.

 

Entre 1966 e 1968, ao mesmo tempo em que aprofundava a militância política, engajou-se em atividades artístico-culturais. Fez parte da Escola de Teatro Leopoldo Fróes. Seu grupo de teatro tentou encenar uma peça e, durante a montagem, conheceu a atriz Carmem Monteiro Jacomini, sua futura companheira. Separados em 1968, Carmen se filia a uma organização clandestina e Luiz, por ter emprestado seu carro para uma ação do grupo Marighella, foi identificado e novamente preso. Libertado, viaja imediatamente para Cuba, via URSS, em companhia de Luiz José da Cunha, que seria morto em 1973. Retorna ao Brasil em dezembro de 1970 e se engaja na resistência armada.

 

Na semana anterior à sua prisão e desaparecimento, passou o dia 16/06/1971 com sua irmã, Maria do Amparo Almeida Araújo, que também militava na clandestinidade e atualmente coordena o Grupo Tortura Nunca Mais de Pernambuco. Nesse dia, ela completava 21 anos e foi a última vez que o viu. Quando seqüestrado na Avenida Angélica, Luiz dirigia o mesmo carro que havia levado, pouco antes, Paulo de Tarso Celestino da Silva, da direção nacional da ALN, a um encontro com o agente infiltrado Cabo Anselmo. Paulo de Tarso, que seria preso e desapareceria no mês seguinte, foi a última pessoa a vê-lo vivo. Durante os meses de junho e julho daquele ano, várias pessoas amigas de Luiz e da família foram presas, interrogadas ou molestadas pela polícia. Um deles chegou a contar a sua mãe, Maria José, que ouviu seus gritos durante horas na OBAN (DOI-CODI/SP). Quando Luiz desapareceu, sua companheira Josephina Vargas Hernandes estava grávida e encontrava-se viajando em missão fora do país. Ele morreu sem conhecer a filha, Alina.

 

Três dias após a prisão, a família foi avisada por um telefonema anônimo. Em seguida, começou a longa busca de sua mãe. Acompanhada do filho Manoel, ela foi até a sede do DOI-CODI/SP. Manoel foi obrigado a prestar depoimento a diferentes pessoas. Foi também obrigado a assinar uma declaração de que entregaria seus irmãos, caso os encontrasse. Lá permaneceram das 18h às 2h da madrugada. Depois, mãe e filho foram até o DOPS, onde também não conseguiram descobrir nada. Na 2ª Auditoria do Exército, de São Paulo, informaram que Luiz estava foragido, vivendo na clandestinidade. Após inúmeras tentativas, a família procurou diversos advogados, mas nenhum esforço foi suficiente. Em 29/11/1973, Luiz foi absolvido em um processo na 2ª Auditoria, por insuficiência de provas.

 

O Relatório do Ministério da Marinha, de 1993, afirma sobre ele: ”AGO/71 - teria sido dado como morto”. Nos arquivos do DOPS/PR, o nome de Luiz consta numa gaveta com a identificação: “falecidos”. O Arquivo do DOPS/RJ contém documento do Ministério do Exército, de nº 129 de 02/08/1971, alguns dias após sua prisão e desaparecimento, enviado ao DOPS/RJ e assinado pelo general Frota, contendo a seguinte passagem reveladora de que os órgãos de segurança estiveram na residência de Luiz: “Incumbiu-me o Sr. Ministro informar a V.Exa. que, pela análise realizada no II Ex., de documentação apreendida no aparelho de Luiz Almeida Araújo, vulgo Ruy, terrorista da ALN que se encontra foragido..”.

Local de morte/desaparecimento
São Paulo
Organização política ou atividade
ALN
Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Notação Arquivo Nacional
Lei no 9.140/95 – 04/12/95
Referências
Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à verdade e à memória: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos. 1ª Edição. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007
Descrição (resumo do procedimento administrativo)
 

Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais


Processo: 00005.200696/2016-06
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.


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