Nome: CIRO FLÁVIO SALAZAR DE OLIVEIRA
Pai: Arédio Oliveira
Mãe: Maria de Lourdes Salazar e Oliveira
Idade quando desaparecido: 29 anos
Ciro era natural de Araguari, no Triângulo Mineiro, sua família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde Ciro estudou em duas escolas tradicionais do bairro Laranjeiras, o primário no Colégio Santo Antônio Maria Zacarias e o secundário no Colégio Franco Brasileiro. Ingressou em 1964 na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (hoje UFRJ), na Ilha do Fundão. Participante ativo do Movimento Estudantil, foi detido pelo DOPS distribuindo folhetos no dia da passeata dos 100 mil, 26 de junho de 1968. Libertado, passou a atuar na clandestinidade. A revista Manchete publicou foto em que Ciro Flávio aparecia incendiando uma viatura policial durante manifestação estudantil, o que lhe valeu intensa perseguição policial1.
Em 1970, já engajado no PCdoB, foi para a região do Araguaia, estabelecendo-se na área do rio Gameleira. Integrado ao Destacamento B dos guerrilheiros, morou em Palestina, município de São João do Araguaia, onde, junto com Paulo Roberto Pereira Marques, instalou uma pequena farmácia, valendo-se de sua própria experiência familiar, filho que era de um proprietário de farmácia na Zona Norte do Rio de Janeiro. Conforme já transcrito anteriormente do Relatório Arroyo, morreu metralhado em 29 ou 30/09/1972. Em abril de 1973, foi mostrado a Criméia Alice Schmidt de Almeida, ex-guerrilheira do Araguaia, presa no PIC de Brasília, um slide onde aparecia o cadáver de Ciro1.
O Relatório apresentado pelo Ministério do Exército ao ministro da Justiça Maurício Corrêa, em 1993, registra que Ciro “teria sido morto em outubro de 1972”. Em certidão fornecida pela ABIN, em resposta a um pedido de esclarecimento feito pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, consta que em março de 1975 seu nome integrou uma relação nominal elaborada pelo SNI de mortos e desaparecidos na Guerrilha do Araguaia. Nesta lista aparece como “morto em 1971”1.
O “livro negro do terrorismo”, produzido pelo CIE entre 1986 e 1988, por determinação do então ministro do Exército Leônidas Pires Gonçalves, registra a morte como ocorrendo no dia 29 (p. 725): “Ainda nesse dia (29 de setembro de 1972), um grupo de terroristas aproximou-se de um casario. Um deles foi visto, no momento em que retrocedia, por um dos componentes de uma patrulha do 6º BC. A patrulha empreendeu perseguição aos subversivos e no tiroteio travado acabou por matar três terroristas do grupo: Ciro Flávio Salazar de Oliveira (Flávio) e Manoel José Nurchis (Gil), do destacamento B, e João Carlos Haas Sobrinho (Juca), da Comissão Militar”1.
Ciro cursava a Faculdade Nacional de Arquitetura da UFRJ. Em 1968, durante as manifestações de protesto pela morte do estudante Edson Luís, teve papel destacado nos acontecimentos, sendo fotografado incendiando uma viatura policial, fotografia esta que foi capa de revista da época, provocando uma intensa perseguição policial a sua pessoa. Posteriormente, foi preso quando distribuía panfletos considerados subversivos, junto com Guilherme Lund. A partir de então, foi obrigado a viver na clandestinidade, em Belo Horizonte. Em 1970, foi para a região do Araguaia, próximo a Palestina, onde montou uma farmácia junto com Paulo Roberto. Pertencia ao Destacamento B da Guerrilha2.
.
Biografia
1 Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Direito à Memória e à Verdade: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos - Brasília : Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2007. p. 214.
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais
Processo: 00005.201772/2016-92
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
Atualize o Flash Player