Nome: MARCO ANTÔNIO DIAS BAPTISTA
Pai: Waldomiro Dias Baptista
Mãe: Maria de Campos Baptista
Idade quando desaparecido:
Desaparecido político constante da lista anexa à Lei nº 9.140/95, Marco Antonio era paulista de Sorocaba, mas residia desde criança em Goiânia (GO). Preso e presumivelmente morto antes de completar 16 anos, é o mais jovem dentre todos os desaparecidos políticos do regime militar. Era militante da Frente RevoLúcionária Estudantil, vinculada à VAR-Palmares. Estudante secundarista do Colégio Estadual de Goiânia, participou do congresso da UBES, em Salvador, em 1968, sendo também dirigente daquela entidade. Jovem extremamente precoce, trabalhava na Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás no turno da tarde e, pela manhã, dava aulas particulares de inglês e português. Praticava halterofilismo. Em 1969, teria permanecido preso por um dia, após evitar que a polícia efetuasse a prisão de um irmão, também vinculado à VAR, que se entregaria aos órgãos de segurança no segundo semestre de 1970.
Não foi possível definir a data precisa de seu desaparecimento. As pesquisas em torno de informações sobre seu desaparecimento, inicialmente, indicaram que ele foi visto pela última vez em Porto Nacional, naquela época estado de Goiás, hoje Tocantins, por volta de março-abril de 1970. Depoimento de outro ex-militante da época informa que manteve encontro com ele numa praça de Araguaína, em maio.
Segundo declarações do médico Laerte Chediac – irmão do ex-delegado da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás, Hibrain Chediac – ao jornal Tribuna Operária, em 1981, Marco Antônio teria sido detido em maio de 1970 pelo “Grupo do capitão Marcus Fleury”, e que, ao ter permissão para visitar a família, fugiu e provavelmente estaria morto. O delegado citado nada confirmou. Marcus Fleury era oficial do Exército, no 10º BC, e também comandou a Polícia Federal de Goiás naquele período. O Relatório do Ministério da Marinha, de 1993, informa sobre Marco Antônio que era “líder secundarista goiano, preso e desaparecido em 1970”.
Em setembro de 2005, a Justiça Federal de Goiás deu prazo de 90 dias para que a União entregasse a ossada de Marco Antônio a sua mãe, autora de uma ação judicial vitoriosa e, em audiência reservada, explicasse as circunstâncias que envolveram a prisão e morte do estudante. A União foi condenada, ainda, a pagar uma indenização de R$ 500 mil à família.
No dia 15/02/2006, cumprindo a determinação do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho o então ministro da Defesa e vice-presidente da República, José Alencar, realizou audiência com a família do estudante. A mãe de Marco Antônio, Maria de Campos Baptista, veio a Brasília pedir ao vice-presidente firmeza nas investigações para encontrar o filho ou seus restos mortais. Aquela alta autoridade da República ouviu um relato emocionado da mãe, que contou ter mantido a porta da casa sempre aberta, durante anos e anos, na esperança de que o filho um dia retornasse. Segundo relato da mãe aos jornalistas, o vice-presidente e ministro da Defesa não tinha as informações requeridas pela família e exigidas pelo Poder Judiciário, mas demonstrou boa vontade e interesse em ajudá-la.
Aos 78 anos, Dona Santa, como era conhecida em Goiânia, guardava esperanças de enterrar Marco Antônio no jazigo da família. Ao voltar para Goiânia, após a audiência, Dona Santa faleceu em grave acidente rodoviário na BR-060, num trecho conhecido como Sete Curvas.
O 31º Congresso da União Estadual dos Estudantes de Goiás, realizado em maio daquele ano, prestou a ela e ao filho desaparecido uma homenagem especial.
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