Nome: Felix Escobar
Pai: José Escobar
Mãe: Emília Gomes Escobar
Idade quando desaparecido:
Militante do MR-8, o nome de Felix integra a lista anexa à Lei no 9.140/95, estando desaparecido desde a prisão, em setembro ou outubro de 1971, provavelmente na Baixada Fluminense. Felix Escobar foi camponês, comerciário, pedreiro, servente de obras, instalador de persianas e também tesoureiro do Sindicato dos Empregados no Comércio em Duque de Caxias e São João de Meriti. Nascido em Miracema (RJ), instalou-se em Pilar, em 1942, na Baixada Fluminense. Casou-se com Raymunda Cardoso Escobar, com quem teve seis filhos. Depois de ficar viúvo em 1965, casou-se com Irani e tiveram dois filhos. Participou da campanha em defesa do petróleo brasileiro nos anos 1950 e atuou na diretoria do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro.
Iniciando a militância política no Partido Comunista na década de 50, ele trabalhou muito para criar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Duque de Caxias (RJ), em 1962. Filho de um pequeno proprietário camponês, Felix viveu sempre humildemente. Dizem seus amigos que morava num casebre em péssimas condições. Mas atuava com vigor, em especial na organização dos camponeses nos distritos de Capivari, Xerém e São Lourenço, naquele município, chegando a mobilizar mais de mil camponeses para obter uma difícil vitória na disputa pela terra, conseguindo sustar uma ação de despejo determinada por um juiz local. Com o Golpe de Estado de 1964, permaneceu preso durante 12 dias. Libertado, passou a atuar na clandestinidade.
Posteriormente, ligou-se ao MR-8. Não foi possível reunir mais informações acerca de sua militância nesse período. Sabe-se que sua casa foi cercada e invadida, no final de 1970, por dezenas de agentes dos órgãos de segurança, que espancaram um dos filhos de Felix para descobrir a possível localização de armas. Consta que, nesses dias, ele já residia em Feira de Santana e que, em 1971, teria morado na mesma residência de Iara Iaverberg, em Salvador, num arranjo em que se apresentavam como pai e filha em suas identidades clandestinas, conforme relato do jornalista Hugo Studart, em matéria publicada na revista IstoÉ, em fevereiro de 2007.
Não há plena certeza a respeito do local e data de sua prisão, que teria ocorrido em setembro ou outubro de 1971. Uma das versões indica que ele teria sido preso em outubro, na casa de um companheiro, João Joaquim Santana, em Nova Iguaçu (RJ). Em outra versão, foi preso em Belfort Roxo. Felix foi visto pelo preso político César Queiroz Benjamim sendo conduzido por agentes do DOI-CODI na Polícia do Exército da Vila Militar, no Rio de Janeiro. No livro Desaparecidos Políticos, de Reinaldo Cabral e Ronaldo Lapa, o preso político Nilson Venâncio relata: “Quando eu estava preso na Bahia, soube, por intermédio de José Carlos Moreira, preso na mesma circunstância, que teria saído no jornal o atropelamento de uma pessoa, de nome Felix Escobar Sobrinho. Um caso típico de tantas outras mortes que ocorriam no interior do DOI-CODI e que depois eram ditas como sendo atropelamento”.
Em matéria publicada pelo jornal Folha de S.Pauloem 28/01/1979, um general com responsabilidade dentro dos órgãos de repressão política Folha de S.Paulo em 28/01/1979, um general com responsabilidade dentro dos órgãos de repressão política Folha de S.Paulo assumiu a morte de Félix e de mais 11 presos desaparecidos. No Relatório apresentado pelo Ministério do Exército ao ministro da Justiça Maurício Corrêa, em 1993, consta que Felix foi preso por atividades terroristas e que freqüentava a pedreira de Xerém, em Duque de Caxias
Procedimento administrativo de busca, localização e identificação dos restos mortais
Processo: 00005.209417/2015-81
Os familiares poderão solicitar acesso aos detalhes do procedimento através do e-mail desaparecidospoliticos@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027 3484.
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