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ACERVO - MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS

Ficha descritiva: GUSTAVO BUARQUE SCHILLER
 
GUSTAVO BUARQUE SCHILLER

Nome: GUSTAVO BUARQUE SCHILLER

Pai: Sylvio Brandon Schiller

Mãe: Yedda de Paula Buarque

Idade quando desaparecido: 35 anos

Dôssie
...
Procedimento administrativo CEMDP
066/02
Nome
GUSTAVO BUARQUE SCHILLER
Data de Nascimento
19/11/1950
Municipio de Nascimento
Rio de Janeiro (RJ)
Status
Morto
Biografia

Gustavo Buarque Schiller nasceu no Rio de Janeiro e iniciou sua participação como estudante secundarista. Integrou um pequeno agrupamento chamado Núcleo Marxista Leninista e depois se incorporou ao Colina, que em 1969 se transformaria em VAR-Palmares. De uma família rica, era sobrinho de Ana Capriglione, conhecida amante do corrupto governador paulista Adhemar de Barros, que a chamava em código de “Doutor Rui”.

 

Gustavo forneceu a Juarez Guimarães de Brito, dirigente da VAR, a informação de que na residência de um irmão de Ana Capriglione existia um cofre guardando dinheiro originário da corrupção comandada por Adhemar, morto poucos meses antes. Em 18/07/1969 a organização ocupou a referida residência, levando embora o referido cofre, em cujo interior estavam depositados 2,6 milhões de dólares.

 

Depois dessa operação, Gustavo foi deslocado para Porto Alegre, onde integrou o comando regional da organização. Documentos policiais o apontam como participante do assalto a uma agência do Banco do Brasil em Viamão, em conjunto com as organizações M3G e VPR, e também dos preparativos do sequestro do cônsul norte-americano em Porto Alegre. Foi preso em 30/03/1970, sendo torturado, tanto no DOPS gaúcho quanto no Rio de Janeiro, numa intensidade que resultou em danos psicológicos irreversíveis.

 

No livro Verás que um filho teu não foge à luta, o ex-preso político gaúcho João Carlos Bona Garcia, que hoje é juiz auditor na Justiça Militar estadual do Rio Grande do Sul faz referência a Gustavo na prisão: “Passei assim o primeiro dia. No segundo, tiraram o capuz e vi na minha frente o Bicho, um meninão de 19 anos chamado Gustavo Buarque Schiller, que era da VAR. Estava todo inchado, de nariz quebrado, os lábios rachados. Tinha levado socos, pauladas, o que eles imaginavam”.

 

Outro ex-preso político, Luiz Andrea Favero, escreveu depoimento relatando ter visto Gustavo no DOPS de Porto Alegre: “Na sala estavam 3 policiais que depois eu soube serem do DOPS de Porto Alegre e do Cenimar do Rio de Janeiro e estava também Gustavo Buarque Schiller, que apresenta hematomas e marcas de queimaduras por todo o corpo e se mantinha em pé com certa dificuldade. Neste momento foi ele que passou a receber choques elétricos para confirmar que me conhecia e que havíamos praticado ações subversivas. Esta sessão de torturas e interrogatórios durou mais ou menos 30 minutos”. E resume também um diálogo mantido com ele alguns dias depois:  interrogatórios durou mais ou menos 30 minutos”. E resume também um diálogo mantido com ele alguns dias depois:  interrogatórios durou mais ou menos 30 minutos” “Gustavo nos relatou que havia sido muito torturado, assim como outros companheiros nossos e nos mostrou marcas de queimaduras pelo corpo que haviam sido  eitas com pontas de cigarros acesos. Nos mostrou também que seu nariz havia sido fraturado e ainda estava muito inchado. Além das marcas de queimaduras pudemos ver hematomas e outros sinais de pancadas nos braços e nas costas”. de queimaduras pudemos ver hematomas e outros sinais de pancadas nos braços e nas costas”. de queimaduras pudemos ver hematomas e outros sinais de pancadas nos braços e nas costas”

 

Dez meses depois, Schiller foi um dos 70 militantes banidos e enviados ao Chile em troca da liberdade do embaixador suiço, seqüestrado no Rio de Janeiro em 07/12/1970. Passou a sofrer de crises depressivas, causadas pela intensidade das torturas sofridas.

 

Quando morreu, Gustavo era casado com Lúcia Souza da Rocha, que conheceu em Paris três anos antes. Tinham uma filha, Joana, que na época de sua morte tinha 1 ano e oito meses. Lúcia relata que Gustavo continuava se ‘auto-exilando’ durante a permanência em Paris, embora tivesse conseguido a nacionalidade francesa. Na Sorbonne, cursou Filosofia, Sociologia e Economia. Com a Anistia de 1979, tinha voltado ao Brasil, indo morar na ilha de Marajó, em Salvaterra, numa praia. Ali nasceu Joana, mas suas crises depressivas se intensificaram, tendo tentado o suicídio inúmeras vezes.

 

Em 1985, foi para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar no estaleiro Mauá, como pesquisador, onde ficou até 21 de setembro. Na madrugada do dia 22 de setembro, cometeu suicídio, jogando-se da janela do apartamento em que morava na avenida Nossa Senhora de Copacabana

Local de morte/desaparecimento
Rio de Janeiro/RJ
Organização política ou atividade
VAR-Palmares
Data do Recolhimento da documentação física para o Arquivo Nacional
06/08/2009
Notação Arquivo Nacional
AT0.38.04 - pg.187; AT0.38.05 - pg.19
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